Blog do Jorge Amorim

Agroindústria Quilombola transforma a produção rural em Paratinga

As políticas públicas de desenvolvimento rural na Bahia vêm dando certo e gerando resultados concretos. Entre as mais de 400 agroindústrias implantadas em todo o estado, destaca-se a Unidade de Beneficiamento de Produtos da Mandioca, da Associação Remanescente de Quilombo Lagoa do Jacaré, situada na zona rural de Paratinga.
Por lá, o trabalho começa cedo, “antes do galo cantar”. Mulheres e homens colocam, literalmente, a mão na massa para produzir pães, peta, brevidade, sequilhos, sonhos e bolos, garantindo a entrega de mais de uma tonelada de alimentos, por mês, ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), para a rede pública de ensino, tanto em âmbito municipal quanto estadual.
“Com a mensalidade de R$ 5 de cada sócio para manter a associação, a gente nunca conseguiria ter uma unidade como essa. Ver esse empreendimento funcionando é muito gratificante, ainda mais sabendo que muitos meninos e meninas têm, na alimentação escolar, os produtos que as mães deles produzem aqui na agroindústria”, afirmou Regivaldo Gonçalves, presidente da Associação.
A unidade foi entregue pelo Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), em 2021. Equipada com forno e batedeira industrial, bancada, seladora e outros utensílios, segue em pleno funcionamento, fazendo a diferença no quilombo e ofertando alimentos com a marca Sabor Raiz.
“Aqui, o nosso trabalho é dividido em quatro grupos produtivos, que utilizam a agroindústria, conforme a demanda. Essa estrutura, para nós, representa dignidade, geração de renda, resistência e permanência no campo”, destaca Carmem Lúcia Macedo, integrante da associação.
Ofício de Família
Enquanto finalizava a massa do pão, Calebe Santana, coordenador de produção da Sabor Raiz, compartilhou um pouco de sua trajetória, revelando que o gosto pela produção de alimentos vem de família. “Minha avó era uma doceira famosa. Ela ensinou minha mãe e eu herdei essa habilidade de fazer os produtos. Fora daqui da unidade, também sou confeiteiro e produzo doces”, contou.
Acompanhando a associação quilombola desde seu surgimento, em 2013, Rosirene dos Santos reforça a importância das políticas públicas voltadas para o rural. “Estamos no caminho certo. Acompanho a associação desde o início, já fui presidente e, hoje, percebo que a chegada dessa agroindústria foi um marco em nossa comunidade. Acessar os editais do Governo do Estado faz toda a diferença para manter os jovens, as mulheres e os homens no campo.” Fonte:gmail

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