Blog do Jorge Amorim

PONTE SALVADOR-ITAPARICA: UM PROJETO DE DESENVOLVIMENTO PARA A BAHIA

A Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo da Assembleia Legislativa da Bahia segue acompanhando as pautas mais relevantes nestes setores para o Estado. Agora em março, uma comitiva de parlamentares que compõe o colegiado conheceu o projeto e visitou o canteiro e a plataforma de sondagens da ponte Salvador-Itaparica, que é um novo e revolucionário sistema viário. O investimento é superior a R$ 10 bilhões e vai gerar cerca de 7.000 empregos diretos.

O consórcio responsável pela obra construiu sete das 10 maiores pontes do mundo, incluindo a maior com 55 quilômetros e que liga Hong Kong a Macau. Essas credenciais nos dão tranqüilidade em relação à capacidade técnica de conclusão do projeto. Infelizmente a pandemia, entre outros infortúnios, foram responsáveis pelo atraso no início dos trabalhos.

Apesar de ser um desejo antigo de todos os baianos, poucos conhecem a grandiosidade do projeto. Serão 12,4 quilômetros apenas da ponte, o que a torna a maior sobre lâmina d’água da América Latina. Mas não é só isso: teremos túneis e viadutos em Salvador e em Vera Cruz para o acesso à ponte, ligação à BA-001, junto com uma nova rodovia expressa, e a interligação com a ponte do Funil, que será revitalizada.

A largura e altura do vão central serão maiores que as da ponte Rio –Niterói. Um fato importante é que suas dimensões e características construtivas estão preparadas para que possam cruzar por ela os maiores navios existentes no mundo e com projeções de 50 anos de novas evoluções de construções navais. Também vale ressaltar que os navios de cruzeiro, de contêiner e demais que têm como destino o Porto de Salvador não atravessarão a ponte, porque ela estará depois do Porto.

Estudos mostram que o fluxo de veículos inicial será de 28 mil diariamente cruzando a ponte. Na capital, o acesso ocorrerá na região de Água de Meninos, enquanto que na Ilha de Itaparica será em Gameleira. Serão três canteiros de obra: Salvador, Vera Cruz e Maragojipe.

Os benefícios são enormes, impactando cerca de 10 milhões de pessoas de 250 municípios e dando novo dinamismo ao PIB baiano. A obra vai propiciar uma ligação mais curta com a BR-101, a BR-116 e a BR-242, reduzindo a viagem em aproximadamente 100 quilômetros.

Acabaremos com o gargalo de termos a BR-324 como a principal via de entrada e saída de Salvador, o que causa enormes dificuldades logísticas ao setor produtivo. Com a ponte e o sistema viário, as cargas, principalmente as originárias do Oeste, podem ir diretamente ao porto, já que inclui uma via exclusiva para esse fim.

Além da diminuição das distâncias, tenho certeza que a ponte vai melhorar o fluxo de turistas no Recôncavo, Baixo Sul e Sul. Esse setor é um importante vetor de geração de emprego e renda a diversos municípios dessas regiões.

Outro ponto importante a ser ressaltado será o impacto com o avanço do novo vetor imobiliário que será efetivado na Ilha de Itaparica e demais municípios adjacentes.

A ponte Salvador-Itaparica será também um marco na engenharia civil e no desenvolvimento econômico para a Bahia, o Brasil e o mundo. Essa é uma obra grandiosa, que teve seus percalços, é verdade, mas totalmente justificáveis face às dificuldades técnicas e de viabilidade de recursos. Mas ela está saindo do papel, e isso precisa ser comemorado.

O cronograma estipulado é de um ano de estudos, projeto executivo e licenciamento, mais cinco anos de construção e entrega da ponte em 2030, com 35 anos de concessão da sua exploração por parte da iniciativa privada.

Para a finalização da primeira etapa da sondagem em águas profundas (120 a 180 metros) faltam apenas cinco do total de 105 furos onde serão construídos os pilares. Grande parte dos equipamentos que estão prospectando é oriunda da China e de última geração.

Em relação aos R$ 10,5 bilhões necessários para a conclusão dessa obra, 20% virão da contrapartida do estado através do fundo de aval que será realimentado com fundo do tesouro estadual e já foi aprovado por nós deputados. Outros 20% virão de recursos próprios dos sócios do consórcio executor e os demais 60. % virão de empréstimos de bancos chineses e brasileiros.

Tenho a convicção que temos a tecnologia, mão de obra qualificada e vontade política para entregar aos baianos a maior obra de infraestrutura que esse Estado já viu. Podem ter certeza que todos os deputados da Assembleia Legislativa serão parceiros, independente de coloração partidária, porque entendem a importância econômica da ponte e do sistema viário.


Curta e Compartilhe.


Leia Também