A doutoranda em Educação, psicanalista e escritora Jane Patrícia Haddad, prima do Ministro da Fazenda Fernando Haddad, viveu uma situação de descaso com a empresa aérea Azul após participar da Jornada Pedagógica de Barra do Choça, no sudoeste da Bahia. Apesar de ter saído do evento renovada, Jane enfrentou transtornos inesperados ao tentar retornar para sua casa, em São Paulo.
Em entrevista exclusiva ao Blog do Sena, nesta quarta-feira (12), Jane relatou como foi o atendimento da companhia aérea no Aeroporto Glauber Rocha, em Vitória da Conquista. Segundo ela, seu voo foi cancelado sem aviso prévio e sem alternativas satisfatórias.
“Cheguei ao aeroporto e, ao me aproximar do balcão da Azul, fui informada que meu voo havia sido cancelado e que a única opção seria remarcá-lo para daqui a dois dias”, contou a psicanalista.
Ao tentar buscar alternativas, Jane relatou que foi tratada com falta de empatia pelos funcionários da Azul. “Eu falei que, de forma nenhuma, aceitaria isso, pois tenho compromissos inadiáveis no consultório, e eles disseram que estavam apenas cumprindo ordens”, disse.
A situação se agravou quando Jane buscou uma solução por conta própria, já que a empresa não ofereceu suporte com acomodação ou alternativas de transporte. “Não consegui embarcar em nenhuma outra companhia e acabei comprando, do meu próprio bolso, uma passagem para o dia seguinte, para tentar chegar em casa e atender meus pacientes que me aguardavam”, explicou.
A escritora destacou ainda que a indignação foi intensificada pelo total descaso da Azul. “Eles não ofereceram nenhuma ajuda com hospedagem, nem mesmo um lugar para descansar. Fui tratada como se fosse invisível. Esse tipo de descaso é inaceitável”, desabafou.
Além dos transtornos pessoais, Jane ressaltou que outros passageiros também foram afetados, incluindo idosos que precisavam viajar para eventos familiares importantes, como casamentos. A psicanalista relatou que já perdeu três voos da Azul somente este ano e fez uma crítica contundente à empresa:
“É muito interessante, porque estamos falando sobre humanização na educação, e ao mesmo tempo vemos as companhias aéreas desumanizando cada vez mais os serviços. O foco é só no dinheiro, no capital, e os funcionários extremamente despreparados”, pontuou.
Diante do ocorrido, Jane decidiu tomar medidas legais contra a companhia aérea. “Peguei toda a documentação e estou enviando para minha advogada. O descaso das companhias aéreas e a Azul realmente, esse ano, está batendo recorde”, afirmou.
Experiência positiva na Jornada Pedagógica
Apesar dos problemas enfrentados no retorno para casa, Jane destacou que sua participação na Jornada Pedagógica de Barra do Choça foi uma experiência enriquecedora.
“A jornada foi maravilhosa. Fiquei impressionada com o envolvimento das pessoas falando sobre educação que transforma e humaniza. Saí de Barra renovada, pois o tema abordado foi o afeto como fio condutor da educação contemporânea”, comentou.
A psicanalista explicou que a discussão girou em torno da importância do afeto na educação e na construção de um novo projeto de humanidade. “Falamos sobre a transição do mundo e como o afeto afeta a educação. Muitas vezes, o primeiro ambiente de aprendizagem, que é a família, já impactou negativamente essa criança. Então, quando ela chega à escola, é a segunda oportunidade de refazer esse afeto”, explicou.
Jane utilizou a metáfora do tear, destacando que a educação é um grande processo de costura de histórias e significados. Ela também elogiou a escola em tempo integral e as políticas educacionais de Barra do Choça voltadas para a humanização. “Deixei muito essa questão: Qual é o nosso projeto de humanidade?”, refletiu.
A experiência de Jane Patrícia Haddad reforça tanto os desafios enfrentados pelos passageiros no setor aéreo quanto a importância da humanização no ensino, tema central de sua participação na Jornada Pedagógica de Barra do Choça.
