Promovida pela Nestlé, iniciativa apresentou ações para um cultivo de café mais sustentável e de máxima qualidade
Durante cinco dias, dois jovens de Barra do Choça, no Sudoeste baiano, integraram mais uma turma do Projeto Fazedores de Café, que ocorreu no município de Eunápolis, de 9 a 13 de setembro. A iniciativa promovida pela Nescafé e Sofá Café, capacitou 45 jovens de 12 municípios baianos na arte cafeeira.
Durante o projeto, os jovens tiveram acesso às aulas ministradas por especialistas do setor, com temas como conhecimentos técnicos de cultivo, análise multissensorial dos grãos, passando também por técnicas de barismo. Dentre os participantes, mais de 20% têm o café como fonte de principal de renda, outros jovens produzem o próprio café, outros que já estão no processo de sucessão familiar, estudantes de agronomia e pecuária, entre outros modelos de atuação no segmento.
A cafeicultura sempre foi uma paixão para Micaela Dias, moradora de Barra do Choça. A estudante conta que está inserida na cultura do café desde a infância, acompanhando a trajetória do pai cafeicultor que, ao longo dos anos, foi investindo e confiando na cafeicultura em diferentes fases, buscando melhorias no ramo. A Graduanda em engenharia econômica pela Universidade estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e estagiária da Cooperativa Mista dos Cafeicultores de Barra do Choça e região, Cooperbac, diz que a participação no evento agregou ainda mais conhecimentos.
“Eu me surpreendi muito positivamente. Conheci mais sobre o café Conilon, que não é tão comum na nossa região e as potencialidades desse café. Qualidade do grão, abordagem sobre beneficiamento, possibilidades do café, histórico da cafeicultura, processos de indicação geográfica, concursos, torras. Voltei de lá com uma visão totalmente diferente do que eu tinha sobre o café Conilon e com sentimento de querer aprender mais. Já estou aplicando os conhecimentos adquiridos, pretendo dar continuidade ao legado do meu pai porque a sucessão familiar é muito importante”, afirmou a estudante.
Também de Barra do Choça, a história de Adson Souza com a cafeicultura é antiga. O pai produzia café em uma pequena propriedade e, junto com os irmãos, o cafezal era o espaço livre para brincadeiras. Anos depois, foi nas fazendas do avô da esposa que Adson perpetuou a relação com os cafezais. Atualmente, como professor de informática de uma propriedade rural que produz cafés especiais, surgiu o interesse de conhecer mais sobre o grão e as potencialidades do segmento. Por isso, a participação do projeto intensificou esse desejo por conhecimento.
“Foi muito imersivo, ficamos em um hotel durante cinco dias e todos juntos interagimos e agregamos conhecimento tanto nas aulas quanto fora delas. Tudo o que eu aprendi posso replicar na propriedade em que estou trabalhando ou na propriedade do avô da minha esposa, melhoria dos processos, avaliar preço justo, produção de café de qualidade, além de ter aprendido a apreciar melhor o café. Saímos com certificado para trabalhar com barismo e aplicar esse conhecimento também com produtores da região dando consultorias e colaborando com a economia local que é movida muito pelo café em nossa região”, destacou Souza.
Para a gestora do projeto de Cafés Especiais do Sebrae, Mônica Rizério, o projeto proporcionou uma imersão no mundo do café, desde o cultivo até a melhor forma de extração e certificação de cafés. “Sabendo da importância de um evento desses, já solicitamos ao Sebrae Nacional a intervenção junto ao projeto para que possamos trazer uma turma dessa aqui para o Planalto da Conquista. Não podemos ficar de fora disso, afinal, temos muitos jovens filhos de produtores de café interessados em participar”, concluiu a gestora.
Sobre o projeto
Fazedores de Café, programa criado pelo Sofá Café e realizado em parceria com NESCAFÉ®, foi inicialmente desenvolvido para capacitar jovens em situação de vulnerabilidade social na profissão de barista e, até o momento, já formou mais de 70 alunos, com empregabilidade de 90%. A partir de 2019, o projeto amplificou a ação para além da cidade, visando suprir uma necessidade percebida pela Nestlé na sua rede de cafeicultores, em relação à sucessão familiar, seja por desinteresse dos sucessores, ou por falta de conhecimento. Desde então, a iniciativa já impactou 200 jovens em outras regiões produtoras de café. Por Nayla Gusmão para ML Comunicação
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