Um bebê de apenas cinco meses morreu após se engasgar com leite em uma creche particular em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza, nesta segunda-feira (3). José Raffael de Sousa Alves chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
Conforme o relatório médico ao qual o g1 teve acesso, o bebê chegou na Unidade Básica de Saúde do Ancuri às 16h51, acompanhado por dois funcionários da creche, com relato de engasgo após ingerir leite. Na ocasião, os socorristas constataram que o menino já estava em parada cardiorrespiratória e com a pele azulada (cianose).
Durante o socorro, os profissionais de saúde realizaram a manobra de Heimlich e fizeram diversos ciclos de reanimação cardiopulmonar, porém sem sucesso. Na ocasião, não foi realizada tentativa de entubação do bebê, porque a unidade não tinha equipamento.
Ainda segundo o relatório médico, enquanto os profissionais atendiam o bebê, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas o resgate só chegou 30 minutos após o primeiro contato. No hospital, os socorristas do Samu ainda fizeram doze ciclos de reanimação cardiopulmonar, mas a criança não resistiu. O garoto era filho único.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, o bebê deu entrada em uma unidade hospitalar após se engasgar, mas foi a óbito. Equipes da Polícia Militar e da Perícia Forense foram acionadas e colheram informações que irão auxiliar os trabalhos policiais.
“A Delegacia Metropolitana de Itaitinga realiza oitivas e diligências para elucidar o caso”, disse a Secretaria da Segurança.
A creche informou que todos estão “muito abalados” e que presta apoio à família da criança.
Socorro à criança
A Secretaria Municipal de Saúde de Itaitinga foi procurada para esclarecer sobre a falta dos equipamentos para a entubação do bebê. O órgão explicou que a criança foi levada a uma Unidade Básica de Saúde, equipamento voltado apenas para atendimentos de menor complexidade, portanto sem a obrigatoriedade de ter os equipamentos específicos.
O Samu Ceará foi questionado sobre o tempo até a chegada dos socorristas da unidade e informou que o Serviço foi acionado para atender a ocorrência às 17h01min, e às 17h21min chegou ao local, ou seja, levou 20 minutos para chegar ao local e não 30 minutos como registrado no relatório médico. Nesse período a criança já estava em parada cardiorrespiratória.