Ao iniciar esse Ensaio, estou a refletir sobre a condição humana… Segundo a Professora Hannah Arendt (1958), no seu clássico! “A condição humana”, onde ela vai discorrer sobre os sofrimentos humanos relacionados a degradação, a indiferença, o castigo, o sofrimento, a mutilação e morte do humano… Ainda, de acordo com Arendt, em sua qualidade humana, a ação, o discurso e o pensamento têm muito mais em comum entre si, que qualquer um deles tem com o trabalho ou o labor.
Essa análise pragmática e lúcida da pensadora, vai se coadunar com o seu livro, em (1963), com base em seus relatos escritos para The New Yorker, sobre o julgamento, H. Arendt publica um livro — Eichmann em Jerusalém. Nele, ela descreve não somente o desenrolar das sessões, mas faz uma análise do “indivíduo Eichmann”. Em que, ela vai trazer toda a argumentação plausível, a filósofa propõe que, devido à massificação da sociedade, criou-se uma multidão incapaz de fazer julgamentos morais, razão que explica porque aceitam e cumprem ordens sem questionar. Eichmann, um dos responsáveis pela solução final: (genocídio/judeu/negro/cigano/outros), não é olhado como um monstro. Mas apenas, como um burocrata zeloso que foi incapaz de resistir às ordens que recebeu. O mal torna-se assim banal. “A banalidade do mal” é, para a filósofa, a mediocridade do não pensar. Não exatamente significa o desejo ou a premeditação do mal, personificado e alinhado ao sujeito demente ou demoníaco.
Todo o mundo fatual dos negócios humanos depende, para sua realidade e existência contínua, em primeiro lugar da presença de outros que tenham visto e ouvido e que lembrarão, em segundo lugar, da transformação do intangível na tangibilidade das coisas.
A ascensão da sociedade trouxe um declínio simultâneo das esferas pública e privada, mas o eclipse do mundo público comum, fator tão crucial para a formação da massa solitária e tão perigoso na formação da mentalidade, alienada do mundo, dos modernos movimentos ideológicos de massas, começou com a perda, muito mais tangível, da propriedade privada de um pedaço de terra neste mundo. E ao mesmo tempo, pensar o quanto somos “desumanos”, perversos, mesquinhos, desalmados, criminosos, enfim, o animal humano, é o único animal que mata por prazer e com requintes de crueldade…
Ao falar da espécie humana… e pensar sobre a “tragédia humana do Holocausto Nazista”, ficamos todos estarrecidos com os atos cometidos contra a humanidade, contra aquelas populações de judeus, ciganos, negros, homossexuais, enfim, todos aqueles que estavam fora do considerado padrão de “raça ariana”… O Holocausto, se caracteriza também pela perseguição sistemática e o assassinato de mais de 6 milhões só de judeus europeus, fora outras raças, pelo regime nazista alemão, seus aliados e colaboradores. O Holocausto foi um processo contínuo que ocorreu por toda a Europa entre os anos de (1933 a 1945). A própria Escritora Hannah Arendt, vai sofrer na pele os horrores do Holocausto, tendo que fugir da Alemanha Nazista, para não ser torturada e morta.
O Museu Estadunidense Memorial do Holocausto define (1933-1945) como os anos do Holocausto. A era do Holocausto começou em janeiro de 1933, quando Adolf Hitler e o Partido Nazista chegaram ao poder na Alemanha, e terminou em maio de 1945, quando as Forças Aliadas derrotaram a Alemanha nazista no fim da Segunda Guerra Mundial. O Holocausto também é às vezes referido como “a Shoah”, palavra hebraica que significa “catástrofe”. O antissemitismo foi a base do Holocausto. O antissemitismo, o ódio ou preconceito inicialmente contra os judeus, mas, também contra, negros, homossexuais, ciganos e outros… Era um princípio básico da ideologia nazista. Esse preconceito, que já era disseminado, piorou em toda a Europa.
O termo “holocausto” também é usado para se referir às práticas violentas no Brasil. O Holocausto brasileiro corresponde ao Genocídio de mais de 60 mil brasileiros no Hospital Colônia, em Barbacena (MG), Conhecido como Colônia, o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, localizado em Minas Gerais, funcionou de 1903 a 1996, que foi omitido durante anos. O genocídio decorrente do descaso da última gestão, com o povo Yanomâmi, na avaliação do Instituto, “nos mostra que parte da humanidade, inclusive de nosso país, cruel, mesquinha, criminosa e desumana, que ainda não conseguiu aprender o verdadeiro significado de “nunca mais”, e reforça que o “Holocausto” deveria ser lembrado como um episódio a não ser repetido, “nunca mais”, em qualquer época ou tempo na humanidade, no entanto estamos a conviver presentemente, com esse fato, tão absurdo, quanto criminoso e absolutamente desumano…“Ao ver crianças, adultos doentes, desnutridos, sem qualquer tipo de amparo, é difícil, para não dizer impossível, não lembrar dos judeus presos em campos de concentração no período (1933 – 1945), na “Alemanha nazista”. Estima-se que os povos originários chegaram à América do Sul há mais de 15 mil anos, nossos ancestrais e se estabeleceram em comunidades relativamente isoladas. Quem são os Yanomâmis? O etnônimo “yanomâmi” foi produzido pelos antropólogos a partir da palavra yanõmami que, na expressão yanõmami thëpë, significa “seres humanos”. São os nossos povos indígenas/originários que vivem em comunidades em florestas e montanhas do norte do Brasil e sul da Venezuela.
As comunidades que fazem parte da Reserva Yanomâmi enfrentam hoje uma crise humanitária sem precedentes, que tem como principal causa a expansão do garimpo ilegal. É válido registrar que todas as ações Criminosas dos Garimpeiros, não só foram autorizadas como incentivados, pela invasão do território dos povos originários (povos indígenas/Yanomâmis) no governo temerário/dramático/desumano/criminoso, do senhor bolsonaro. Que patrocinou uma tragédia, aos povos indígenas de todas as Tribos, especialmente dos Yanomâmis. Entre os indígenas, há casos graves de desnutrição, infecções como malária e tungíase (conhecida popularmente como “bicho de pé”), além falta de alimentos básicos, remédios e estrutura para tratar os diversos quadros. Segundo a Professora Hannah Arendt (1964). “A política trata da convivência entre diferentes. Os homens se organizam politicamente para certas coisas em comum, essenciais num caos absoluto, ou a partir do caos absoluto das diferenças”. Já o Professor Wilhelm Reich (1933), no seu clássico Livro : A Psicologia de Massas do Fascismo, vai nos apresentar alguns postulados sobre o fascismo. Segundo o Professor W. Reich (1933), ele vai observar, na suástica nazista, o simbolismo para evocar a fantasia da cena primitiva, mostrava de maneira espetacular como o nazismo manipulava sistematicamente o inconsciente coletivo. Uma família repressiva, uma religião obscena, um sistema educacional sádico, o terrorismo do partido, o medo de manipulação econômica, o medo de contaminação racial e a violência permitida contra minorias, todos operados através da psicologia inconsciente das emoções dos indivíduos (o coletivo), experiências traumáticas, fantasias, economias libidinais, e assim por diante, e a ideologia e prática política nazista exacerbaram e exploraram essas tendências. Para W. Reich, combater o fascismo e o nazismo, significava, antes de tudo, estudá-lo cientificamente, nesse caso, usando também os métodos da psicanálise, além da consciência da sociedade contra a “banalização do mal”. Ele acreditava que somente a razão seria capaz de controlar as forças da irracionalidade e afrouxar o domínio do misticismo. A razão também seria capaz de desempenhar seu próprio papel no desenvolvimento de modos originais de ação política, construindo um profundo respeito pela vida e promovendo uma canalização harmoniosa de libido e potência orgástica. Reich propôs a “democracia do trabalho”, uma forma de organização social autogerenciada que preservaria a liberdade, a independência, a autonomia do indivíduo e incentivaria a responsabilidade do indivíduo e da sociedade, baseando-se, em alguns princípios como: o Amor, Trabalho, Ética e Conhecimento, como norteadores da nossa Vida… São algumas das fontes da Vida e devem servir para norteá-la, guiá-la e governá-la. Leia mais
“Quando vemos as imagens de desnutrição infantil, bem como, da fome aos adultos de todas as idades, prostrados, alguns mortos, outros quase mortos, não consigo enxergar desastre pior, do que “relegar seres humanos como indigentes” jogados à sua própria sorte, de forma desonesta, malfadada, proposital e criminosamente. Uma situação desastrosa e aparente, demonstrável. A capacidade GENOCIDA de um governo, de forma deliberada e completamente irresponsável e desumana desse senhor bolsonaro. Isso não pode passar em brancas nuvens, e os responsáveis são muitos, além do chefe do executivo, todos os seus “ministros de estado”, meio ambiente, infraestrutura, saúde, o senhor ex ministro do meio ambiente, senhor Ricardo Sales, com suas “políticas” completamente anômalas para o meio ambiente, “para passar a boiada”, frase marcante na gestão temerária/criminosa/desumana, destes senhores(as) a frente da “gestão pública federal”, a senhora Damares Alves, ex ministra da mulher, da família e dos direitos humanos de 2019 até 2022. É válido salientar que os nomes aqui citados neste Ensaio, são de citação pública, em jornais, revistas e periódicos, portanto, bastante citados em notas públicas, pelos atos criminosos que cometeram diante das suas pastas/atribuições de estado, bem como, nos relatórios públicos dos órgãos da justiça, assim com suas políticas sociais para permitir a catequização desses povos. Um conjunto complexo de ações que levaram a um desastre humanitário dessas proporções. “A falta de assistência, porém, é a mais eficiente maneira de praticar o assassinato. A fome, a peste e os maus tratos, a truculência, a indiferença de tratamento desumano estão abatendo povos valentes e fortes. A Comissão viu cenas de fome, de miséria, de subnutrição, de peste, de parasitoses externa e interna, quadros esses de revoltar o indivíduo mais insensível”, revelava o relatório escrito há 56 anos, em plena ditadura militar, que ficou conhecido como Relatório Figueiredo. Ele mostrava o genocídio de comunidades indígenas inteiras, torturas, sevícias, roubo, violências e crueldades praticadas contra indígenas no Brasil nas décadas de 1940, 1950,1960,1970,1980… “O Serviço de Proteção ao Índio degenerou a ponto de perseguí-los até ao extermínio”, apontou o relatório, que ficou desaparecido por mais de 60 anos. Um ataque desumano aos povos indígenas “holocausto a brasileira” em que os responsáveis precisam e devem ser alcançados, sem anistia”, para acertarem seus crimes cometidos contra a dignidade humana, com a Justiça brasileira e internacional, Tribunal de Haia, com punição exemplar a todos quantos… Pois, além da gravidade dos atos cometidos, houve uma “banalização do mal”, (terno criado pela pensadora/ Hannah Arendt(1963), no sentido, de tratar com banalidade e descaso à vida de tantas pessoas, de comunidades inteiras, do povos indígenas (seres humanos), completamente desumanizados. Certamente que os autores/responsáveis por toda essa tragédia humanitária, devem responder e pagar por todos os crimes praticados, pelo menos é o que se espera dos órgãos judiciais, (Tribunais Nacionais e Internacionais).
**contribuição do Professor DsC. Dirlêi A Bonfim, Doutor em Desenvolvimento Econômico e Ambiental, Professor da SEC/BA**Sociologia**Professor Formador IAT/SEC/BA – Secretaria da Educação/BA./2023.1**