Uma operação destruiu neste sábado (11) uma área de garimpo ilegal localizada a menos de 15 quilômetros de distância de uma comunidade onde vivem os indígenas isolados Moxihatëtëa, na Terra Indígena Yanomami. A informação foi divulgada pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.
O garimpo ilegal foi descoberto na sexta-feira (10), durante um sobrevoo de agentes da ação coordenada entre o Ministério dos Povos Indígenas, Ministério do Meio Ambiente, Funai, Ibama, Força Nacional e Polícia Federal.
Segundo a ministra, após a descoberta, o Comitê de Operações Táticas decidiu destruir a área ilegal. Agora, há um comando conjunto desses órgãos para que seja liberada a entrada de barqueiros para retirar os garimpeiros de dentro do território de forma pacífica.
“Então, aqueles que querem sair logo, imediatamente, podem já começar chegando em um posto para que possam ser identificados. É o momento que a gente libera essa saída para que seja de forma pacífica, de forma tranquila, sem agressões e de forma que a gente possa deixar o território livre de vez, devolver a dignidade para o povo Yanomami e preservar a vida dos povos isolados”, ressaltou.
A comunidade indígena do povo Moxihatëtëa já era conhecida e monitorada pela Funai há 12 anos. Eles vivem em total isolamento, sem contato com outros indígenas ou não indígenas, e sobrevivem exclusivamente do que cultivam e caçam na floresta.
Apesar de não terem contato com os demais Yanomami, os Moxihatëtëa são considerados um subgrupo da mesma etnia, porque possuem o mesmo tronco linguístico, segundo a Hutukara Associação Yanomami.
“Esses povos já são dados como de alta vulnerabilidade ou de maior viabilidade do mundo. Além do risco desses contatos com garimpeiros, que levam doenças diversas para eles, tem ainda contaminação da água por mercúrio ou mesmo da água suja, barrenta por causa do manejo do garimpo, que inviabiliza totalmente que eles tenham acesso a água potável”, explicou Guajajara.
No sobrevoo realizado em setembro de 2016, aproximadamente 15 índios foram vistos na comunidade, segundo a Hutukara .
A existência do grupo foi confirmada em um sobrevoo em meados de 2006. As primeiras fotografias da comunidade foram divulgadas em novembro de 2016, após um sobrevoo na região realizado pela Funai. Aproximadamente 15 indígenas foram vistos na ocasião.
A partir dali, a Funai passou a monitorar este povo. Hoje, a maior ameaça aos Moxihatëtëma é a proximidade com os garimpos ilegais.
“Qualquer atividade de garimpo dentro de território indígena, essa proximidade dos isolados com os garimpeiros, é um risco total de extinção desses grupos. Mas, é também um risco de mão dupla porque ao mesmo tempo tem risco de extinção aos isolados e de extinção da biodiversidade da floresta”, explica a ministra.
“Com a extinção de isolados, há um risco de acabar também com a vida ali no território. Os animais se acabam, o território fica destruído. Então, é um duplo risco, é um risco para destruição da floresta, é um risco para os isolados”, completou.
Além da destruição do garimpo ilegal, nessa sexta-feira (10) os fiscais do Ibama destruíram mais um helicóptero, um avião e maquinários usados por garimpeiros ilegais para extrair clandestinamente minérios das Terra Indígena Yanomami.
Com a presença de fiscalização dentro da Terra Yanomami, os invasores tem fugido pela floresta e rios e deixado para trás os equipamentos usados na destruição meio ambiente. Ao encontrá-los abandonados, os fiscais Ibama os destroem.
Fiscais do Ibama, agentes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Força Nacional de Segurança Pública estão no território desde o dia 7 de fevereiro.
A operação ocorre com foco na destruição de toda estrutura usada pelos garimpeiros e para interromper o envio de suprimentos para o garimpo e o possível escoamento do minério extraído ilegalmente.
A ação faz parte da ofensiva iniciada em 20 de janeiro, quando o governo federal decretou emergência de saúde pública para atender indígenas da etnia Yanomami. Maior território indígena do país, a região enfrenta uma crise humanitária e sanitária sem precedentes. Indígenas, entre crianças e adultos, enfrentam quadro severos de desnutrição e malária. g1
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