FOTO: vermelho.0r.br
O fascismo é uma ideologia de extrema-direita que se baseia em ideais conservadores, truculentos, reacionários, sendo uma manifestação política radicalizada, que usa a violência para chegar ao poder. Em geral, quando falamos de fascismo, trata-se de ideologias ou regimes políticos que adotam práticas conservadoras e atuam de maneira criminosa e violenta. Entretanto, uma definição única do que é fascismo, é difícil de conceber, pois ele se adapta muito facilmente à realidade política de cada país, podendo haver algumas diferenças pontuais nos diferentes movimentos fascistas que surgem.
No Brasil, temos o exemplo mais icônico… Estado Novo: fascismo à brasileira… Com a instalação do Estado Novo, que durou de (1937 a 1945), Vargas criou uma polícia política, a Delegacia Especial de Segurança Política e Social (Desp), que atuava contra opositores do regime e era responsável por investigar e prender qualquer pessoa que praticasse atividades suspeitas.
Vargas também criou o DIP, Departamento de Imprensa e Propaganda, que era encarregado de fazer propagandas a favor do presidente e do governo. Não havia as redes sociais, mas, o Vargas criou a sua própria rede de soldados a serviço da truculência, da imposição e da perseguição do pensamento contrário ao seu governo. Até aí, nenhuma novidade, pois outros governos de exceção e ditatoriais, sempre se utilizaram desse expediente ao redor do planeta, uma perseguição à Liberdade de Consciência, independência, além da caça às bruxas das chamadas Reuniões clandestinas e ou conspiratórias contra o regime/sistema vigente.
Assim, se faz necessário estabelecer algumas noções básicas quando se aborda esse tema. Essa ideologia é conservadora e nasceu dentro da direita política, e, por ser uma manifestação radicalizada dos ideais conservadores, é entendida como vinculada à extrema-direita do espectro político. Movimentos políticos fascistas adotam uma retórica populista, defendem pautas morais, atacam, em tese a “corrupção” (com base num viés moralista) e a política tradicional, ao mesmo tempo que estabelecem bodes expiatórios para os problemas da nação.
No entanto, são os que mais se utilizam de atos de Corrupção, tudo feito de forma escamoteada. No poder são autoritários, agressivos, truculentos, violentos e criminosos, não aceitam contestação e combatem ferramentas de transparência, além de aparelhar as instituições a fim de usar o Estado para impor os seus objetivos e minar qualquer possibilidade à democracia.
FOTO: brasildefato.com.br
Na verdade, esses regimes, tem ódio a democracia e a tudo que ela representa. Segundo, Gessinger do Engenheiros do Havai, na Letra, de “Toda forma de Poder”… O autor vai afirmar que “E o fascismo é fascinante, E deixa gente ignorante fascinada, É tão fácil ir adiante e se esquecer, Que a coisa toda tá errada, Eu presto atenção no que eles dizem, Mas eles não dizem nada…” texto poético tão atual, que de alguma forma nos remete a uma reflexão diante de tantas já existentes, sobre a ignorância dos políticos protagonistas das ideologias extremistas, que caracterizam o Fascismo, o Nazismo, as Ditaduras todas. Enfim, as formas agressivas, violentas e criminosas do exercício do poder. Defendem mudanças políticas profundas, estabelecendo governos autocráticas ou verdadeiramente ditatoriais, mas, do ponto de vista econômico, são fortes defensores da manutenção do status quo, defendendo os interesses da elite e adotando medidas antipovo.
O fascismosurgiuenquantoideologia na Itália, em (1919),um partido de extrema-direita e de postura conservadora, violenta e radicalizada que governou a Itália entre 1922 e 1943. Surgiu com o nome de Fasci Italiani di Combattimento em (1919/20), transformando-se em Partido Nacional Fascistaem 1921. Foi liderado por Benito Mussolini.
Outro governo classificado como fascista foi o nazismoalemão, tão agressivo, violento e desumano. Assim, podemos analisar. Segundo a Professora Hannah Arendt (1961), chegou à conclusão sobre o mal de Eichmann. O mal que ele praticava não era um mal demoníaco, mas era um mal constante que fazia parte da rotina dos oficiais nazistas como instrumento de trabalho. Ou seja, a banalidade do mal é um mal que virou comum de ser praticado por todos aqueles que ocuparam e ocupam o poder de forma ditatorial, fascista, nazista e quaisquer outras formas do poder pelo poder, sem nenhum compromisso com o povo…Mas, na prática permanente, da violência contra a sociedade, no expectro do (antipovo).
Segundo a Professora Hannah Arendt chegou à conclusão sobre o mal de Eichmann. O mal que ele praticava não era um mal demoníaco, mas era um mal constante que fazia parte da rotina dos oficiais nazistas como instrumento de trabalho. Ou seja, a banalidade do mal é um mal que virou comum de ser praticado. Durante todo o julgamento, Adolf Eichmann nunca se considerou culpado pelos crimes cometidos, sua justificativa era sempre que apenas cumpria ordens, seguindo as leis vigentes naquele período. Ele sempre dizia que seguia o certo, seguia o governo e as leis do estado, por isso acreditava em sua inocência. Hannah Arendt acreditava que o problema de usar esse argumento como justificativa seria a ascensão a regimes totalitários e a banalização da razão e coerência do ser humano. “A banalização do Mal”.
E fascistas/nazistas/ditadores/criminosos, fariam qualquer coisa para ser reconhecido e ter sucesso, mas esse desejo de sucesso é o que levaria a praticar o mal. Assim como, o Adolf Eichmann, um dos principais desenvolvedores do Holocausto Nazista, que morreu sem admitir os seus crimes, criou para sí o espectro de estava sempre “correto”, na verdade um monstro sociopata, como outros tantos, conduzidos apenas pelo desejo frio e tenebroso de poder… para si mesmo, no máximo, a um pequeno grupo de vassalos…
Estes não reconhecem no exercício do poder, a possibilidade de oferecer uma contribuição de melhoria coletiva para toda à sociedade, que sempre estão muito preocupados consigo mesmo, querem se dar bem, o tempo inteiro, inclusive e principalmente com a degradação social, econômica, política e cultural do povo, apenas estão preocupados em si manterem no poder de forma permanente (ad eternum). Essa racionalidade, mostraria para todos os requisitos, como deveria ser a compreensão e o conhecimento do ser humano.
Como as pessoas em geral, deveriam pensar na consciência, na ética e na liberdade. Essa forma de pensamento seria uma maneira de combater os regimes totalitários e da “banalização do mal”. Podemos afirmar, diante de todos os fatos e da prática realizada, que temos no Brasil neste momento, com a ideologia arrogante, prepotente e violenta do bolsonarismo, que há um certo consenso, do que a Hannah Arendt (1949), em seu Livro: “Origens do totalitarismo”, publicado no início dos anos (1950), uma tentativa permanente de Golpe e manutenção do poder de forma permanente e a todo custo. Inclusive, na prática de todos os atos espúrios, violentos e criminosos, sem nenhum respeito à dignidade humana, a opinião pública, nem a população, nem a legislação e nem aos órgãos de imprensa.
Criando um verdadeiro grupo de alienados, que percebem, a ideologia golpista/fascista, como se religião fosse, uma espécie de mandamento espúrio sacro, que em nome da fé cega e desvairada e em nome de um “falso deus”, (mitos de barro), com propostas normalmente estapafúrdias, mesquinhas e contraditórias, apenas aficionados pelo poder, “ o poder, pelo poder”, vão cometendo todas as formas de crimes, arbitrariedades, sem nenhum paralelo de reflexão e ou contenção, ferindo a todos e a tudo, inclusive a vários artigos da CF/88, para atingir os seus objetivos mais sórdidos possíveis.
Daí, nos remeter, mais uma vez, ao texto da Professora Arendt (1961), o cometimento de todas as formas de atrocidades, contra quem quer que seja, para atingir os seus objetivos sempre sórdidos. “A banalidade do Mal”, que vai se dá, contra o povo, usado apenas como massa de manobra e legião de alienados, adestrados para cometer os atos mais abomináveis em nome da fé cega dos (mitos de barro). A prática de forma permanente, da violência contra a sociedade, no espectro do (antipovo). Ao propor uma reflexão mais acurada sobre essa ideologia e seu modos operante, observamos também, que ela implica à necessidade de sempre criar inimigos a destruir, ainda que eles não existam.
A permanência da Teoria da Conspiração, uma rede de alienados e criminosos digitais, a serviço da “causa”, se utilizando de todos os instrumentos de comunicação em todas as redes sociais, através da propagação das mentiras que são criadas o tempo todo de forma a confundir, negar e contrapor à verdade, ou até mesmo as situações reais. As tais (fakenews), tão utilizadas nesses dias, para confundir e convencer os incautos (alienados) futilizados, mediocrizados, usados pelos líderes da causa Fascista, com objetivos muito claros e pragmáticos a manutenção do poder.
Os inimigos têm várias escalas, mas a mais global (e abstrata) é o comunismo. Quarenta anos depois de, pelo menos no hemisfério ocidental, terem desaparecido os regimes e os partidos que defendam a implantação de sociedades comunistas, este continua a ser o fantasma contraditoriamente mais abstrato e mais real. Para entender isso, é preciso entrar em linha de conta com o terceiro pilar da ideologia de extrema-direita: a criação incessante e capilarizada no tecido social de uma realidade paralela, imune à confrontação com a realidade real, levada a cabo pelas redes sociais e pelas religiões reacionárias, a mercantilização da fé, as tais (igrejas evangélicas neopentecostais e católicas anti-Papa Francisco, ainda algumas espíritas das correntes reacionárias e conservadoras), que com facilidade ligam comunismo e aborto e assim instigam o medo abissal nas populações indefesas, deseducadas, alienadas, completamente vazias e estúpidas, tudo facilitado por estas há muito, por terem perdido a esperança de ter uma vida digna.
Segundo o Professor Boaventura (2023), as conexões externas do golpismo os fatos indicam, que os fascistas tentaram no Brasil um Capitólio aperfeiçoado, mas faltou-lhes mobilização. Apoio empresarial e militar precisa ser cortado. Mas, para dissipar a ameaça falta uma democracia vibrante, que se estenda às maiorias que as acolha verdadeiramente. O que ocorreu em Brasília no dia 08/01/2023, uma semana depois da tomada de posse do presidente do novo governo, eleito democraticamente pela a maioria do povo brasileiro, o presidente Lula, foi um acontecimento que só tomou de surpresa quem não quis ou não pôde informar-se sobre os seus preparativos amplamente difundidos nas redes sociais.
A ocupação violenta dos edifícios do poder legislativo, executivo e judiciário e dos espaços circundantes, bem como, a depredação de bens públicos existentes nestes edifícios por parte de manifestantes de extrema-direita, (fascistas), configuram atos de terrorismo planejados e minuciosamente organizados pelos seus cabecilhas. Trata-se, pois, de um acontecimento que põe seriamente em causa a sobrevivência da democracia brasileira e que, pelo modo como ocorreu, pode amanhã ameaçar outras democracias no continente e no mundo. Afinal: algumas das faces tenebrosas do Fascismo, no século XXI, em plena manifestação.
**contribuição do Professor DsC. Dirlêi A Bonfim, Doutor em Desenvolvimento Econômico e Ambiental,
Professor da SEC/BA**Sociologia**Professor Formador IAT/SEC/BA. Formação Continuada/01.2023.**