Operação foi realizada em fazendas de Boa Esperança e Ilicínea e acontece entre os dias 13 e 20 de julho.
Pelo menos 75 pessoas são resgatadas em situação de trabalho escravo em cafezais da região.
Mais de 60 trabalhadores rurais foram resgatados durante uma operação de combate ao trabalho escravo em lavouras cafeeiras do Sul de Minas. A operação, realizada pela Polícia Rodoviária Federal, auditores fiscais do trabalho e o Ministério Público do Trabalho, aconteceu em uma fazenda de Boa Esperança (MG) e duas de Ilicínea (MG) entre os dias 13 e 20 de julho, após denúncias anônimas.
Segundo a Auditoria Fiscal do Trabalho, foram resgatadas 63 pessoas. Na primeira fiscalização, em uma fazenda de Boa Esperança, foram resgatados 30 trabalhadores. No município de Ilicínea foram fiscalizadas duas fazendas, sendo que na primeira foram resgatados nove trabalhadores e, na segunda, 24 trabalhadores.
Ainda de acordo com a AFT, as vítimas foram aliciadas no Estado da Bahia e tiveram de pagar com seus próprios recursos as passagens de ônibus e despesas com alimentação na viagem. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, a força-tarefa encontrou os trabalhadores rurais em situações de trabalho análogas à de escravos, com jornadas exaustivas e com condições degradantes.
Ao chegarem nas fazendas, os trabalhadores foram alojados em locais inadequados e sem garantias sanitárias. Nas frentes de trabalho não eram fornecidos equipamentos de proteção individual; não havia local adequado para as refeições, fazendo com que os trabalhadores almoçassem sentados pelo chão; e também não havia instalações sanitárias, obrigando os trabalhadores a fazerem suas necessidades físicas no mato
Nas fazendas não havia materiais para primeiros socorros e o fornecimento de água potável estava comprometido. Os trabalhadores não possuíam direitos trabalhistas básicos, como registro do trabalhador e pagamento mensal do salário.
Mais de 60 pessoas são resgatadas em situação de trabalho escravo em lavouras cafeeiras do Sul de Minas
Segundo a Auditoria, durante a inspeção em uma das fazendas, o empregador tentou impedir o acesso aos trabalhadores no local de trabalho. Nesta mesma fazenda, a força-tarefa encontrou uma adolescente de 16 anos colhendo café.
Os empregadores quitaram as verbas rescisórias devidas aos trabalhadores. Foram pagos R$ 396.805,12 aos trabalhadores e eles tiveram garantido o retorno aos seus locais de origem no Estado da Bahia.
Além disso, a AFT informou que foram entregues 63 guias de Seguro-Desemprego para as vítimas. Cada trabalhador terá direito a três parcelas do benefício, sendo que a primeira poderá ser recebida no dia 27 de julho. O Ministério Público do Trabalho firmou Termo de Ajustamento de Conduta com os suspeitos, com previsão de pagamento de dano moral coletivo.
Segundo a PRF, os trabalhos de apuração de responsabilidade civil e criminal dos empregadores continuam. G1