Denúncias são recebidas pelos sindicatos dos médicos e enfermeiros desde o início da pandemia da Covid-19. Falta de máscaras e sabão estão os relatos mais comuns.
Profissionais da saúde reclamam da falta de proteção nos hospitais
Com medo de retaliações, os médicos e outros profissionais enviam as denúncias aos sindicatos, que já contabilizam diversos relatos desde o início da pandemia. De acordo com Glauber Amâncio, as informações estão sendo encaminhadas para o Ministério Público, Ministério Público do Trabalho e Vigilância Sanitária.
“O Conselho Regional de Enfermagem já recebeu 127 denúncias de profissionais de enfermagem, em sua grande maioria sobre a falta do EPI (…) em relação à exposição pela falta do EPI, nós temos 15 mil profissionais de enfermagem expostos e 4 mil profissionais médicos expostos”, diz o diretor do conselho.
O médico também destacou as principais faltas nos hospitais, de acordo com as denúncias:
- Unidades de saúde sem sabão;
- Falta de máscaras N95;
- Falta de papel toalha;
- Falta de máscaras cirúrgicas; e
- EPIs fora dos padrões.
O que diz o Estado
A Secretaria Estadual de Saúde informou que começou a distribuir 5 mil máscaras doadas pelo Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA) e Federação das Indústrias do Estado do RJ (Firjan) em hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) nesta quarta-feira (1).
A pasta também anunciou a compra de 1,5 milhão de máscaras cirúrgicas, 150 mil máscaras de proteção, 300 mil óculos de proteção e 600 mil aventais, além gorros cirúrgicos e luvas de proteção para abastecer unidades que receberão vítimas da Covid-19.
Segundo a secretaria, as entregas são feitas pelos fornecedores seguindo solicitação da pasta.
Policiais militares sem proteção
Policial militar orienta banhista no Rio de Janeiro durante pandemia do novo coronavírus — Foto: G1 Rio
Assim como os médicos e enfermeiros, os agentes da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro também reclamam da falta de itens importantes para proteção individual, como álcool em gel, luvas e máscaras.
Os PMs também relatam o uso compartilhado da mesma arma entre agentes, assim como outros objetos, e que não há qualquer tipo de orientação sobre essas situações.
Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que a corporação fechou contrato com um fabricante de máscaras PFF2/95 para compra de 60 mil unidades e que o primeiro lote, com 5 mil, foi entregue na quarta-feira (1).
Os lotes restantes seriam distribuídos a cada dois dias. Também afirmou que foram adquiridos, em caráter emergencial, 50 mil litros de álcool líquido com 70% de concentração para limpeza de superfícies e viaturas, e 900 mil embalagens de álcool em gel.
Confira a nota na íntegra:
A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que o comando da corporação não está medindo esforços para adquirir os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários à atuação dos policiais militares. Os EPIs são destinados tanto aos policiais militares que trabalham diuturnamente nas ruas para garantir o isolamento social, como também para o efetivo lotado nas unidades de saúde.
Para os policiais militares que trabalham nas ruas, a Corporação fechou contrato com um fabricante de máscaras PFF2/95 para compra de 60 mil unidades. O primeiro lote, com 5 mil máscaras, já foi entregue hoje (quarta-feira). Os lotes restantes serão distribuídos a cada dois dias. Vale ressaltar que esse tipo de máscara pode ser reutilizado após a devida higienização. Também em caráter emergencial, foram adquiridos 50 mil litros de álcool líquido com 70% de concentração para limpeza de superfícies, inclusive das viaturas, e 900 mil embalagens de álcool em gel.
Para as unidades de saúde da corporação, que estão com seus estoques em dia apesar do aumento de demanda, já foram adotadas as estratégias necessárias para comprar em tempo hábil máscaras cirúrgicas, luvas de látex e outros EPIs no mercado fornecedor.