Estudantes que realizaram o processo seletivo neste domingo (27) para o curso de Medicina da Universidade Salvador (Unifacs) reclamam que as alternativas de alguns testes vieram em negrito. Segundo os candidatos ouvidos pelo CORREIO, as alternativas sinalizadas na prova organizada pela Consultoria em Projetos Educacionais e Concursos Ltda (Consultec) estavam corretas.
De acordo com uma das candidatas, que preferiu não se identificar, alguns alunos que estavam presentes na sala de aula de uma das unidades da Unifacs, na Avenida Tancredo Neves, receberam a prova com as alternativas em negrito. Parte deles percebeu a situação e marcou no cartão de resposta as alternativas sinalizadas. Outros não se deram conta e só ficaram sabendo do ocorrido ao entregar o teste.
A situação se repetiu nas provas de Ciências Humanas, da Natureza e Inglês.
“É um absurdo porque pagamos R$ 1 mil em um cursinho para, no final da contas, acontecer isso. É injusto”, reclama a estudante.
A estudante Caroline Rosário, 19 anos, ficou sabendo do ocorrido ao chegar no pré-vestibular na manhã desta segunda-feira (27). Lá, outros colegas também relataram que tiveram acesso às questões corretas.
“A minha não veio em negrito, mas tive contato com outros amigos que receberam as provas com as alternativas certas. Estou indignada porque eu competi com outras pessoas de uma forma injusta, já que muitos perceberam a situação”, relata Caroline.
Já a candidata Natália Machado, 21, até percebeu que algo estava errado, mas acreditou se tratar de um erro de impressão. “A minha prova veio manchada na frente, então acreditei ser algum erro, mas notei que algumas questões estavam levemente em negrito, diferente da prova de outros candidatos, onde a alternativa estava com a cor mais forte”, conta. Essa é a segunda vez que ela presta vestibular para a instituição.
“Estou me preparando há três anos. Agora, estou me sentindo lesada porque alguns foram beneficiados. Enquanto eu estava tentanto responder alguns cálculos, outros candidatos estavam marcando as alternativas corretas”, completa a estudante.
Pelo menos 60 candidatos se sentiram prejudicados e criaram um grupo de WhastApp. Cinco deles estão se mobilizando para, na tarde desta segunda, irem até o Ministério Público da Bahia (MP-BA), no CAB.
O CORREIO procurou a Unifacs e, por meio de assessoria, a instituição informou que está apurando o que aconteceu e que, em breve, se posicionará sobre o assunto.