Um levantamento do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar) divulgado nesta quarta-feira (22) mostra que 829 brasileiros morrem por dia em decorrência de situações que poderiam ter sido evitadas — estimativa que aponta para 3 (2,87) mortes a cada 5 minutos. Em 2016, 302.610 morreram em hospitais públicos e privados em decorrência dessas “falhas”.
Erro de dosagem em medicamentos, uso incorreto de equipamentos e infecção hospitalar estão entre as causas evitáveis. Segundo a pesquisa, dos 19,1 milhões de brasileiros internados em hospitais ao longo de 2016, 1,4 milhão passou por pelo menos um evento que poderia ter sido prevenido.
Ainda, infecções associadas ao uso de sonda e a de cateter venoso central são causas comuns que poderiam ter sido evitadas, aponta o levantamento.
A pesquisa acompanhou 240.128 pacientes que tiveram alta hospitalar entre o início de julho de 2016 e final de junho de 2017. O estudo teve como um dos responsáveis o médico Renato Couto, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais.
Qualidade dos hospitais no país
O trabalho cita um trabalho de 2009 (“Desempenho hospitalar no Brasil”, de La Gorgia e Couttolenc) para situar a qualidade dos hospitais no páis. Segundo esse estudo, o hospital brasileiro típico tem pequeno porte e tem apenas 34% da eficiência se comparado aos melhores hospitais do país.
Eles também possuem modelos de gestão inadequados e pagamento com base na produção. Ainda, 60% dos hospitais têm até 50 leitos, contra um porte mínimo recomendado de 200 leitos.
Na conclusão, os autores do levantamento apontam ser necessáriio qualificar a rede hospitalar brasileira, incluindo a gestão baseada em normas certificáveis. Uma melhor padronização, afirmam, melhora o resultado de redes assistenciais. *O Globo