O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB e articulador principal do golpe parlamentar contra Dilma Rousseff, que alçou Michel Temer à Presidência em 2016, anda sumido.
Segundo a Coluna do Estadão deste sábado, 22, Aécio desapareceu do Senado. “Está em Belo Horizonte preparando dua defesa nos cinco inquéritos que responde sobre acusações feitas pela Odebrecht”, diz a nota.
Entre os inquéritos contra Aécio autorizados pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, está o recebimento de propina da Odebrecht no valor de R$ 7,3 milhões para campanhas eleitorais do PSDB.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, autora do pedido, dois delatores da Odebrecht apontaram, por meio de declaração e prova documental, que, em 2010, “vantagens indevidas” no total de R$ 5,5 milhões, a pedido de Aécio, “a pretexto de campanha eleitoral” ao governo de Minas de Anastasia.
Em outro inquérito, Aécio é investigado ao lado do deputado Dimas Fabiano (PP-MG). O pedido é baseado nas colaborações premiadas de BJ e de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira. Segundo o Ministério Público, os delatores “apontam, por meio de declaração e prova documental, que, em 2014, pagaram, a pedido do Senador Aécio Neves, vantagens indevidas a pretexto de campanhas do próprio Senador à presidência da República e de vários outros parlamentares, como Antonio Anastasia, Dimas Fabiano e José Pimenta da Veiga Filho”.
O terceiro inquérito investiga relatos de pagamento de propina a Aécio vinculados à construção das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira. Os pagamentos teriam sido feitos em conjunto com outra empreiteira investigada pela Lava Jato, a Andrade Gutierrez. Os repasses teriam sido feitos em parcelas de R$ 1 milhão e R$ 2 milhões. Segundo os delatores, Aécio seria o “Mineirinho” da planilha do setor de propina da empreiteira.