Policiais cumprem nove mandados de prisão. Advogado do empresário diz que ele está viajando e irá se apresentar…
Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal realizaram, na manhã desta quinta-feira, 26 de janeiro, a operação Eficiência sobre esquema de desvio e lavagem de dinheiro de contratos do governo do Estado do Rio na gestão do ex-governador Sérgio Cabral. Foram expedidos nove mandados de prisão preventiva e quatro de conduções coercitivas. Entre os principais alvos com mandados de prisão expedidos está o empresário Eike Batista, dono do grupo EBX, além do ex-governador, que já está preso no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu.
Eike Batista não foi encontrado em sua casa no Jardim Botânico. Segundo o advogado Fernando Martins, o empresário está viajando e irá se apresentar em breve à polícia. Ele partiu para o exterior na última terça-feira, e a mulher e o filho deles viajaram ontem. De acordo com o advogado Sérgio Bermudes, que atua para o empresário na área cível, Eike tinha reuniões fora do país, e também cuidaria do lançamento de um produto.
O empresário já prestou depoimento à PF em pelo menos duas oportunidades no âmbito das investigações da Lava-Jato. Ele foi ouvido pelos policiais no Rio e em Curitiba. Eike, porém, não estava negociando um acordo de delação premiada. No Rio, ele negou ter pago qualquer tipo de propina a Cabral.
A Operação Eficiência é uma segunda fase da Operação Calicute, um desmembramento da Lava-Jato no Rio de Janeiro. Segundo as investigações, o grupo desviou cem milhões de dólares para paraísos fiscais no exterior. Os mandados foram expedidos pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas.
Um dos detidos na operação é Flávio Godinho, ex-braço direito de Eike Batista e atual vice-presidente de futebol do Flamengo. Ele é acusado de ser um dos operadores do esquema, através da ocultação e lavagem de dinheiro das propinas. O Globo
Também foram presos preventivamente Sérgio de Castro de Oliveira, chamado Serjão, operador do esquema; Thiago Aragão, sócio do escritório de Adriana Ancelmo e o doleiro Álvaro José Galliez Novis. Ainda há um mandado contra o publicitário Francisco de Assis Neto, o Kiko.
Tiveram o mandado de prisão expedido, mas já estão presos, o ex-secretário de governo Wilson Carlos, e o operador Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, além de Cabral.
Os agentes também cumpriram mandados de condução coercitiva contra Maurício de Oliveira Cabral Santos, irmão do ex-governador, e Susana Neves Cabral, ex-mulher de Sérgio Cabral, além do operador do mercado financeiro Eduardo Plass, e Luiz Arthur Andrade Corrêa, preso na 34ª fase da operação Lava-Jato, em setembro.
A operação foi batizada de Eficiência por causa da primeira conta de Cabral no exterior para esconder dinheiro desviado dos cofres públicos, que levava o mesmo nome, e era da agência do Israel Descont Bank, em Nova York.
A ação foi baseada em dois acordos de colaboração, dos operadores de mercado financeiro Renato Hasson Chebar e Marcelo Hasson Chebar, que revelaram como funcionava o esquema de lavagem da propina cobrada por Cabral em todos os contratos do governo do estado, durante a gestão dele, e também como Eike Batista fazia para repassar o dinheiro do suborno para o ex-governador.
As investigações apontam que Eike e Flávio Godinho, do grupo EBX, pagaram propina de US$ 16,5 milhões ao ex-governador Sérgio Cabral, usando a conta Golden Rock no TAG Bank, no Panamá. Esse valor foi solicitado por Cabral a Eike Batista em 2010 e, para dar aparência de legalidade à operação, foi realizado em 2011 um contrato de fachada entre a empresa Centennial Asset Mining Fuind Llc, holding de Eike, e a empresa Arcadia Associados, por uma falsa intermediação na compra e venda de uma mina de ouro. A Arcadia recebeu os valores ilícitos numa conta no Uruguai, em nome de terceiros mas à disposição de Sérgio Cabral, de acordo com o MPF.
Eike Batista, Godinho e Cabral também são suspeitos de terem cometido atos de obstrução da investigação, porque numa busca e apreensão em endereço vinculado a Eike em 2015 foram apreendidos extratos que comprovavam a transferência dos valores ilícitos da conta Golden Rock para a empresa Arcádia. Na oportunidade os três investigados orientaram os donos da Arcadia a manterem perante as autoridades a versão de que o contrato de intermediação seria verdadeiro.
De acordo com o blog de Lauro Jardim, as delações permitiram encontrar dez contas bancárias de Cabral, em cinco países.
A PF cumpriu ainda mandados de buscas e apreensões em 27 endereços no Rio de Janeiro, Niterói, Miguel Pereira e Rio Bonito. As apreensões ocorreram em endereços residenciais ou comerciais de Susana Neves, Maurício Cabral e dos seis presos sem mandado anterior.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/eike-batista-alvo-de-operacao-da-pf-no-rio-mas-nao-encontrado-1-20827870#ixzz4WteSShVS
© 1996 – 2017. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.
RIO e BRASÍLIA – Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal realizaram, na manhã desta quinta-feira, a operação Eficiência sobre esquema de desvio e lavagem de dinheiro de contratos do governo do Estado do Rio na gestão do ex-governador Sérgio Cabral. Foram expedidos nove mandados de prisão preventiva e quatro de conduções coercitivas. Entre os principais alvos com mandados de prisão expedidos está o empresário Eike Batista, dono do grupo EBX, além do ex-governador, que já está preso no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu.
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Eike Batista não foi encontrado em sua casa no Jardim Botânico. Segundo o advogado Fernando Martins, o empresário está viajando e irá se apresentar em breve à polícia. Ele partiu para o exterior na última terça-feira, e a mulher e o filho deles viajaram ontem. De acordo com o advogado Sérgio Bermudes, que atua para o empresário na área cível, Eike tinha reuniões fora do país, e também cuidaria do lançamento de um produto.
O empresário já prestou depoimento à PF em pelo menos duas oportunidades no âmbito das investigações da Lava-Jato. Ele foi ouvido pelos policiais no Rio e em Curitiba. Eike, porém, não estava negociando um acordo de delação premiada. No Rio, ele negou ter pago qualquer tipo de propina a Cabral.
A Operação Eficiência é uma segunda fase da Operação Calicute, um desmembramento da Lava-Jato no Rio de Janeiro. Segundo as investigações, o grupo desviou cem milhões de dólares para paraísos fiscais no exterior. Os mandados foram expedidos pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas.
Um dos detidos na operação é Flávio Godinho, ex-braço direito de Eike Batista e atual vice-presidente de futebol do Flamengo. Ele é acusado de ser um dos operadores do esquema, através da ocultação e lavagem de dinheiro das propinas.
Também foram presos preventivamente Sérgio de Castro de Oliveira, chamado Serjão, operador do esquema; Thiago Aragão, sócio do escritório de Adriana Ancelmo e o doleiro Álvaro José Galliez Novis. Ainda há um mandado contra o publicitário Francisco de Assis Neto, o Kiko.
Tiveram o mandado de prisão expedido, mas já estão presos, o ex-secretário de governo Wilson Carlos, e o operador Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, além de Cabral.
Os agentes também cumpriram mandados de condução coercitiva contra Maurício de Oliveira Cabral Santos, irmão do ex-governador, e Susana Neves Cabral, ex-mulher de Sérgio Cabral, além do operador do mercado financeiro Eduardo Plass, e Luiz Arthur Andrade Corrêa, preso na 34ª fase da operação Lava-Jato, em setembro.
A operação foi batizada de Eficiência por causa da primeira conta de Cabral no exterior para esconder dinheiro desviado dos cofres públicos, que levava o mesmo nome, e era da agência do Israel Descont Bank, em Nova York.
A ação foi baseada em dois acordos de colaboração, dos operadores de mercado financeiro Renato Hasson Chebar e Marcelo Hasson Chebar, que revelaram como funcionava o esquema de lavagem da propina cobrada por Cabral em todos os contratos do governo do estado, durante a gestão dele, e também como Eike Batista fazia para repassar o dinheiro do suborno para o ex-governador.
As investigações apontam que Eike e Flávio Godinho, do grupo EBX, pagaram propina de US$ 16,5 milhões ao ex-governador Sérgio Cabral, usando a conta Golden Rock no TAG Bank, no Panamá. Esse valor foi solicitado por Cabral a Eike Batista em 2010 e, para dar aparência de legalidade à operação, foi realizado em 2011 um contrato de fachada entre a empresa Centennial Asset Mining Fuind Llc, holding de Eike, e a empresa Arcadia Associados, por uma falsa intermediação na compra e venda de uma mina de ouro. A Arcadia recebeu os valores ilícitos numa conta no Uruguai, em nome de terceiros mas à disposição de Sérgio Cabral, de acordo com o MPF.
Eike Batista, Godinho e Cabral também são suspeitos de terem cometido atos de obstrução da investigação, porque numa busca e apreensão em endereço vinculado a Eike em 2015 foram apreendidos extratos que comprovavam a transferência dos valores ilícitos da conta Golden Rock para a empresa Arcádia. Na oportunidade os três investigados orientaram os donos da Arcadia a manterem perante as autoridades a versão de que o contrato de intermediação seria verdadeiro.
De acordo com o blog de Lauro Jardim, as delações permitiram encontrar dez contas bancárias de Cabral, em cinco países.
A PF cumpriu ainda mandados de buscas e apreensões em 27 endereços no Rio de Janeiro, Niterói, Miguel Pereira e Rio Bonito. As apreensões ocorreram em endereços residenciais ou comerciais de Susana Neves, Maurício Cabral e dos seis presos sem mandado anterior.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/eike-batista-alvo-de-operacao-da-pf-no-rio-mas-nao-encontrado-1-20827870#ixzz4WteSShVS
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