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Blog do Jorge Amorim disponibilizará matérias do Jornal do Dária. Entrevista com Cida França

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Equipe responsável pela matéria: Marli, Micaele, Samuel, Viviane, e Cleiton

A partir desta segunda-feira, 05 de dezembro, o Blog do Jorge Amorim em parceria com o Jornal do Dária estará disponibilizando neste espaço, as matérias que foram postadas no referido Jornal. A primeira das entrevistas, será a diretora Maria Aparecida França, seguidas do atual prefeito Oberdan Rocha e do prefeito eleito Adiodato Araújo.

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Formamos um grande grupo, com objetivos comuns, que trabalha sempre buscando uma educação de possibilidades para todos”

A Equipe do 2º Ano B Noturno entrevista a diretora do Colégio Estadual Dária Viana de Queiroz, Maria Aparecida França, que avalia a atual situação do ensino oferecido pela instituição; gestora também aponta as principais carências e virtudes do Dária e o que o torna um colégio tão importante para Barra do Choça

Diretora Maria Aparecida França: “O Jornal do Dária chega à sua segunda edição com muita expectativa por parte dos alunos; vem somar com as atividades que a Instituição já possuía, uma vez que o objetivo principal foi alcançado com êxito na sua primeira edição”.

A diretora do Colégio Dária Viana de Queiroz, em Barra do Choça, Maria Aparecida França, em meio à sua agitada rotina de trabalho, recebeu a nossa equipe para nos conceder esta entrevista. Ao longo do seu relato, percebemos a força de vontade e motivação da equipe gestora em proporcionar uma educação de qualidade para os estudantes do Ensino Médio. Ela comenta sobre todos os assuntos abordados pela equipe e detalha as principais realizações do Colégio em 2016.

Jornal do Dária (JD) – Prezada Diretora, ao assumir a direção do Colégio Estadual Dária Viana de Queiro, no início de 2016, quais as principais medidas adotadas pela nova Equipe Gestora? Qual era a real situação do Colégio?

Diretora Maria Aparecida Barbosa de França – Assumir uma nova gestão é sempre um grande desafio, especialmente quando se sai de uma escola de pequeno porte [o Colégio Vitória Lima de Oliveira, em Barra Nova] e passa-se a gerir  uma escola de grande porte, como o Colégio Estadual Dária Viana de Queiroz. Em janeiro do ano em curso, com grande expectativa, eu e as vice-diretoras, Rita Amorim, Marilandia Costa e Lane Sabino, começamos nosso trabalho, pensando em como lidar com fatores. Desde como trabalhar a jornada pedagógica, passando pelos projetos anuais, até às questões que envolviam, dentre outros, a segurança e disciplina dos alunos no ambiente escolar, o fortalecimento do vínculo com as famílias, à melhorias na parte física.

Em especial, objetivávamos melhorar e fortalecer as relações interpessoais no ambiente escolar. Cada gestão tem um modo diferente de visão, o que consequentemente gera ações diferentes, dentro de um mesmo espaço ou grupo. Ainda estamos no primeiro ano da gestão, alguns objetivos estão sendo alcançados, outros em andamento, pois temos fatores externos que não podemos administrar e que acabam adiando temporariamente parte daquilo que projetamos. No entanto, quem conhece nosso cotidiano, sabe que alguns passos já foram dados.

V E J A  E N T R E V I S T A  C O M P L E T A

  • * Por José AmorimESTE.04

JD – Em 2016 o Colégio, assim como boa parte da Rede Estadual de Ensino, enfrentou dificuldades com o quadro de funcionários. Nesse sentido, quais problemas afetaram o Dária e o que foi feito para solucioná-los? Há, atualmente, um número de servidores suficiente para atender às demandas da instituição?

 Cida França – O ano de 2016 foi totalmente atípico, tendo em vista que no final do  ano de 2015  foram encerrados os contratos dos funcionários de apoio, com a promessa que esses contratos seriam refeitos no início desse ano letivo, o que não ocorreu. Por conta disso, iniciamos nossos trabalhos contando apenas com três merendeiras (uma por turno) e quatro guardas patrimoniais, ou seja, sem nenhum funcionário responsável pela limpeza do Colégio e apenas um auxiliar administrativo. Assim buscamos, através do diálogo, a parceria com o quadro de funcionários que tínhamos. Posso citar como exemplo, que no primeiro semestre letivo as merendeiras eram responsáveis também pela limpeza e que os guardas patrimoniais, também cuidavam da portaria. Uma das consequências era a merenda ser oferecida apenas três vezes por semana, o que deixava os alunos descontentes. Também não acreditamos ser correto o desvio de função e/ou a carga excessiva de trabalho dos colaboradores. Muitas vezes nos reunimos com toda a comunidade escolar e cobramos a quem de direito a solução para esse problema. Somente no  segundo semestre, com a contratação pela SEC de mais uma merendeira, três pessoas para auxiliar nos serviços gerais, três auxiliares administrativos e dois porteiros, o problema foi solucionado. Assim, hoje nosso quadro está completo para atender às demandas da instituição. V E J A  E N T R E V I S T A  C O M P L E T A

  • * Por José Amorim

JD – Diretora, o governo federal encaminhou ao Congresso Nacional, a Medida Provisória 746/2016 para reestruturação do ensino médio. A mudança chamou atenção e provocou discussões no país ao incluir, dentre outras questões, a possibilidade de escolha de diferentes trilhas de formação tradicional e técnica, educação integral e autorizar a contratação de professores sem licenciatura, mas que apresentem “notório saber”. Na sua avaliação de que modo estas mudanças poderão afetar o Ensino Médio, caso sejam aprovadas?

Cida França – Acredito que o Ensino médio de tempo integral possa trazer resultados significativos na melhoria da qualidade da Educação, tornando-a mais completa. Mas, para que seja uma realidade, o caminho é longo, tendo em vista que nem mesmo os nossos espaços físicos são adequados para que o alunos permaneçam em tempo integral na escola. Quando assim digo, estou me referindo ao básico: ausência de refeitórios, locais para descanso, alimentação com maior qualidade, número de funcionários, transporte de qualidade para que nossos alunos que vem do campo tenham as mesmas condições que os alunos da sede, enfim, pensar primeiro na parte prática, para depois buscarmos tais mudanças. Quanto à Educação profissionalizante, pode atender à demanda temporária do mercado, mas que não seja um fim em si, pois o ser humano é movido por desafios e  buscar cursar uma Universidade e os cursos de pós graduação nos tornam seres com maior capacidade de pensar, desde o que somos até onde  queremos ir, onde podemos chegar e atuar de maneira mais incisiva na nossa sociedade, não nos acomodando com aquilo que nos é imposto. É preciso que aqueles que “nos governam”, tenham também o notório saber de nos consultar de maneira direta antes de impor tais mudanças. Não podemos substituir um Profissional licenciado em sua área, pois mesmo conhecendo nossas falhas, não será uma avaliação “rasa”, feita em um gabinete, que poderá acabar com muitos profissionais de excelência , formados como Professores. Não sou cega às falhas, as incoerências, mas sou totalmente contra que pessoas sem licenciatura atuem nas diversas áreas da educação. Salvo, é claro, nas disciplinas específicas de cursos profissionalizantes, quando necessário.

JD – No seu ponto de vista, quais os pontos nos quais o Colégio Dária Viana apresenta os seus maiores êxitos e quais seriam os seus maiores percalços?

Cida França – Os nossos maiores êxitos são: união da equipe gestora; o quadro de professores e funcionários; alunos comprometidos, em sua maioria; projetos realizados (Feira Cultural, Feira de Ciências, Jornal do Dária, Concurso de Fotografias, dentre outros); diálogo franco com toda a comunidade escolar; parceria com setor público e comunidade em geral. Os nossos maiores percalços são: lentidão da SEC (Secretaria Estadual de Educação) quando da necessidade de substituição de professores; ausência de parte dos pais; falhas na infraestrutura, tais como:  falta de biblioteca, laboratórios de Química, Física e Biologia; falta de equipe de psicólogos e pedagogos; falhas no transporte para a zona rural do município.

JD – Qual foi o apoio dado pela Administração Municipal de Barra do Choça ao Colégio Dária Viana em 2016? Com a mudança de Gestão, qual a perspectiva para o ano de 2017?

Cida França – A parceria do Colégio Dária Viana de Queiroz é satisfatória com a atual Administração Municipal, trabalhamos em interação direta, principalmente com a Secretaria Municipal de Educação, sempre que precisamos a Secretaria, em seus diversos setores se mostrou disponível para nos ajudar e o Dária Viana de Queiroz, também dentro das suas limitações, buscou interagir de forma positiva com toda a rede municipal de ensino. Formamos um grande grupo, com objetivos comuns, que trabalha sempre buscando uma educação de possibilidades para todos. É assim que pretendemos seguir com a próxima Equipe Gestora Municipal, pois entendemos que só o trabalho em parceria pode fazer com que alcancemos êxito na melhoria da qualidade da Educação.

JD – No seu ponto de vista, existe um comprometimento do quadro de professores do Dária com a melhoria na qualidade do ensino oferecido na instituição? O que está sendo feito para melhorar o nível da aprendizagem dos alunos?

Cida França – O quadro de professores do Dária Viana de Queiroz é comprometido com a realidade vivenciado pelo quadro discente, e busca inovar em prol da melhoria da aprendizagem desses alunos com aplicação de atividades que contemplem a diversidade cultural, a interdisciplinaridade, respeitando as diferenças do cotidiano dos alunos, mesmo porque atualmente há uma exigência diária no que se refere ao campo profissional. E como resultado, os alunos do Dária Viana de Queiroz vêm tendo significativa classificação nos cursos oferecidos pelas universidades.

JD – A ausência de Coordenação Pedagógica numa instituição de Ensino Médio com mais de mil alunos prejudica a qualidade do ensino? O Governo do Estado não deveria designar profissionais de coordenação para atuarem no apoio pedagógico? Existe uma cobrança da comunidade escolar nesse sentido?

Cida França – A ausência da Coordenação Pedagógica em nossa Instituição é sentida por todos. Porém, sabemos das dificuldades burocráticas que o sistema traz, temos os articuladores de área, o que acaba minimizando um pouco essa ausência, pois durante as atividades, como projetos, por exemplo, a atuação destes é de extrema relevância. Contudo, é de conhecimento de todos que, se o Dária tivesse em seu quadro de funcionários um coordenador pedagógico, com certeza o campo pedagógico só ganharia. A cobrança não é muito contínua por parte da comunidade porque os nossos professores exercem suas atividades com compromisso e responsabilidade. Mas em muitos momentos, a ausência desse profissional nos sobrecarrega e deixa uma lacuna na realização das atividades cotidianas.

JD – Qual tem sido a participação dos pais no dia a dia da instituição de ensino? O que falta para ampliar o envolvimento entre a instituição e a comunidade?

Cida França – A participação ainda é pequena. Há os que estão presentes em todos os momentos, mas temos também aqueles que poderiam se envolver mais, tanto na participação em reuniões, visitas espontâneas e nos Projetos desenvolvidos pelos alunos. Devido à grandiosidade dos projetos, os que mais participam são aqueles pais que são procurados pelos alunos para entrevistas, imagens, dentre outros. Para que a comunidade tenha uma participação mais ativa, é necessário que, como sugestão, nos próximos anos, possamos introduzir manchetes no jornal com participação direta dos pais, além de flexibilizar os horários de apresentação, fazendo assim, com que essa participação seja ampliada da forma como almejamos.

JD – O Jornal do Dária chega a sua 2ª Edição. Qual a sua avaliação sobre o projeto e a importância do jornal estudantil para o Colégio Dária Viana e para a comunidade de Barra do Choça?

Cida França –  O Jornal do Dária chega à sua segunda edição com muita expectativa por parte dos alunos, principalmente, aqueles que estão envolvidos diretamente. Vem somar com as atividades que a Instituição já possuía, uma vez que o objetivo principal foi alcançado com êxito na sua primeira edição. Isto porque as reportagens realizadas pelos alunos, e orientadas diretamente pelo professor José Amorim, tiveram uma repercussão significativa no que se refere à aprendizagem dos alunos e ao envolvimento com a comunidade, indo além dos muros do Colégio e servindo de exemplo para outras unidades de ensino em toda região. Vivemos em um tempo onde as informações são tão instantâneas que muitos nem mesmo conseguem assimilar o que lêem. Assim, é para poucos a oportunidade de trabalhar em um Jornal escrito, deixando seu texto, sua imagem, enfim sua contribuição, eternizados em um veículo de comunicação que retrata tudo o que vivenciamos no âmbito escolar. Isso é realmente, estar e fazer parte de uma história.

Nota de rodapé sobre direitos autorais. Inserir ao final de cada matéria

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