Após uma série de debates, manifestações e discursos ao longo de mais de oito meses, o Senado decidirá nesta quarta-feira se a presidente Dilma Rousseff voltará para o cargo ou será afastada de forma definitiva.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que comanda o julgamento, abrirá a sessão com a leitura dos principais pontos de fundamentação da acusação, da defesa e das provas apresentadas. Em seguida, duas pessoas favoráveis e duas contra o processo de impeachment terão cinco minutos cada para discursar.
Lewandowski então orientará os senadores a responder ‘sim’ ou ‘não’ para a seguinte questão:
“Cometeu a acusada, a Senhora Presidente da República, Dilma Vana Rousseff, os crimes de responsabilidade correspondentes à tomada de empréstimos junto à instituição financeira controlada pela União e à abertura de créditos sem autorização do Congresso Nacional, que lhe são imputados e deve ser condenada à perda do seu cargo, ficando, em consequência, inabilitada para o exercício de qualquer função pública pelo prazo oito anos?”
Depois disso, a votação será realizada no painel eletrônico e de forma nominal, e todos saberão como votou cada senador.
Na segunda-feira, a presidente afastada fez um discurso de 45 minutos para reforçar sua tese de defesa que, caso o impeachment ocorra, será um golpe contra a democracia. “Como todos, tenho defeitos. Mas entre os meus defeitos não estão a deslealdade e a covardia. Não traio os compromissos que assumo”, disse.
Caso 54 senadores votem pelo impeachment, Dilma Rousseff será definitivamente cassada e ainda ficará inelegível por oito anos e o presidente interino Michel Temer assume o cargo imediatamente. Mas se Dilma for absolvida, ela reassumirá a Presidência da República.
Michel Temer espera apenas a votação para saber se viaja ou não para Hangzhou, na China, onde vai ocorrer a reunião do G20 – o grupo que reúne as principais economias emergentes e avançadas do mundo.
O encontro vai ocorrer nos dias 4 e 5 de setembro. No dia 4, está marcada uma reunião entre representantes dos Brics – o bloco que reúne Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul. BBC Brasil