O clima esquentou na sessão da Câmara Municipal de Vitória da Conquista, nesta sexta-feira, 06 de maio. Vereadores conquistenses e a Prefeitura de Barra do Choça, junto com produtores rurais deste município, se estranharam devido a escassez da água.
A querela teve início no final do mês de março, quando vereadores do Partido dos Trabalhadores chamarem de ladrões produtores que retiram água das Barragens Água Fria 1 e 2 de forma clandestina. Irritados, o prefeito de Barra, Oberdan Rocha (PP), e o presidente da Associação de Irrigantes de Barra do Choça, Walter Teixeira, cobrou explicações dos parlamentares de Conquista.“Utilizamos a água para produção, algo necessário que é para sobrevivência dos moradores de Barra do Choça. O emprego na propriedade desse produtor é sobrevivência para os que ali trabalham e produzem. Pequena parte na irrigação do café e grande parte para hortifrutigranjeiros”, disse o prefeito de Barra do Choça. “Queremos pedir que a casa pudesse reconhecer que Barra do Choça usa de forma a preservar a água, mas não podemos ser tachados de ladrões por usar um líquido que nasce em nossas terras e que sabemos que abastece outras cidades como Planalto e Conquista”, completou Oberdan.
Já o representante dos irrigantes de Barra do Choça queixou-se dos gestores públicos de Conquista, que, segundo ele, não têm se mobilizado para resolver a questão da água. “Conquista é uma cidade que vem crescendo de forma substancial e vocês não criam nenhum projeto de prevenção para cuidarmos do bem maior, que é a água. Nada foi feito e em um momento de dificuldade recebemos essa notícia que estamos sendo rotulados de ladrões. Não aceitaremos isso”, destacou Walter (foto ao lado), apontando que “as pessoas que foram chamadas de ladrão têm 5 ou 10 hectares e vivem da agricultura”.
O líder da Bancada de Situação, vereador Florisvaldo Bittencourt (PT), saiu em defesa de seus colegas de partido. “Não é discurso baixo, nem à toa, eu estou baseado na lei. A Embasa denunciou que há produtores com bombas mais potentes do que a da concessionária retirando água da barragem. São palavras da Embasa que foram ditas ao doutor Carlos Robson”, disse ele.
Já o presidente da Câmara, vereador Gilzete Moreira (PSD), jogou panos quentes na confusão. Ele afirmou que vai marcar uma agenda conjunta, que englobe as duas Câmaras, Prefeitos, Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Empresa Baiana de Águas e saneamento (Embasa), os representantes dos produtores rurais de Barra do Choça, Universidade Estadual do Sudoeste na Bahia (UESB), Universidade Federal da Bahia (UFBA), com os Secretários de Recursos Hídricos e Meio Ambiente. “A situação é gravíssima. Precisamos nos unir, nos levantarmos e agirmos nesse momento. Nós vamos agir”, finalizou Gilzete. Resenha Geral