Uma Comissão de Barra do Choça participou na última terça-feira, 17 de maio, de uma reunião na Câmara Municipal de Vitória da Conquista, para discutir a questão hídrica da região, como por por exemplo: o racionamento de água em Conquista, as denúncias de irrigação ilegal em Barra do Choça e a situação das barragens Água Fria I e II e do rio Catolé.
De iniciativa da Câmara de conquista, o evento contou com a participação do presidente da Casa, Gilzete Moreira (PSD), do vereador conquistense, Luciano Gomes, dos vereadores de Barra do Choça, Naelton e Ticão, do secretário de Agricultura de Barra do Choça, Eric Fabiano Silva, do representante da Associação dos Irrigantes de Barra do Choça, do DEMMA, Crésio Lima; Valter Félix, do Diretor de Segurança Hídrica do Estado, Marcello Nunes de Abreu, do secretário de Meio Ambiente de Conquista, Carlos Teles, e do Gerente da Unidade Regional da Embasa, José Olímpio.
O presidente Gilzete Moreira explicou que provocou a reunião em decorrência da iminência do racionamento de água no município, e porque a Casa vem pautando este tema em sessões, audiências e outras atividades. Moreira expressou preocupação com denúncias feitas no encontro. Ele defende outros encontros e ampliar o debate.
O secretário Eric Fabiano defendeu uma discussão ampla e permanente sobre a questão hídrica da região. Ele lamentou que o tema só ganhe repercussão em época de crise. “Infelizmente Vitória da Conquista só volta os olhos para a questão hídrica quando falta água nas torneiras”, disse. O secretário sublinhou que seu município não pode ser o único penalizado e frisou que a prefeitura vem tentando contornar o problema que não é local, é regional.
O secretário Carlos Teles destacou a gravidade da situação. Ele acredita que ações de recuperação do rio Catolé e sua capacidade associadas a obras estruturais como a barragem do rio Pardo são a saída para a crise hídrica. O funcionário da pasta, Lázaro Ribeiro, presente na reunião, informou que Conquista está executando um projeto de identificação de nascentes, seus níveis de degradação, além de escuta de comunidades ribeirinhas.
O vereador Naelton Freitas, destacou a luta que Barra do Choça vem travando nos últimos anos quanto a quantidade e qualidade da água, a preservação das nascentes e das matas ciliares, é necessário que encontremos o equilíbrio entre o consumo humano e o uso na agricultura, o que não pode é penalizar as atividades ligadas a agricultura, pois esta gera emprego e renda para nossa gente. O vereador disse ainda, que hoje centenas de barrachocenses são obrigados a deslocarem a outros estados para trabalharem na colheita do cafe, pois produzir em Bara do choça está cada vez mais difícil, desabafou.
Já José Olímpio, da Embasa, disse que a empresa “está fazendo a parte dela”. Olímpio contestou as críticas de que a Embasa não realiza ações de recomposição de matas ciliares. Segundo ele, é necessário que os municípios apresentem projetos consistentes. Ele ainda lembrou que a Embasa não contribui com a degradação de nascentes e rios.
Segundo Valter Félix, da Associação dos Irrigantes de Barra do Choça, ninguém quer deixar Conquista sem água, mas não se pode ignorar as necessidades hídricas dos pequenos agricultores de seu município. Ele afirmou que o problema não é provocado pelos “pequenos” e sim os grandes fazendeiros. Valter denunciou que existem grandes fazendas de cafés, na casa dos 800 mil pés, que possuem estruturas de captação de água superiores as da Embasa. Ele sentenciou: “Fechem as grandes bombas”.
O Diretor Estadual de Segurança, Hídrica Marcello Nunes, ponderou que a Bahia vive um déficit hídrico generalizado. “Os índices pluviométricos estão efetivamente diminuindo”, falou. Marcello defende o uso equilibrado da água que garanta o consumo humano, mas também consiga dar conta da agricultura. mas também consiga dar conta da agricultura. O diretor falou que o governo estadual está focado na construção de barragens e outras obras estruturais. Com informações da Câmara de Vereadores