Caso o PMDB confirme a saída do governo, o apoio à presidente Dilma ficará ainda mais incerto na Câmara dos Deputados, onde tramita o processo de impeachment. O diretório nacional do partido, maior aliado do PT na gestão Dilma, decide nesta terça-feira (29) a partir das 15h se continua ou se desembarca do governo. Nos bastidores do Planalto, a saída já é dada como certa após o ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves entregar o cargo no fim da tarde desta segunda-feira (27).
Alves deve ser seguido por Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Helder Barbalho (Portos) que já confirmaram que entregarão seus postos após conversa com o vice-presidente Michel Temer. Mauro Lopes (Aviação Civil), que tomou posse há apenas dez dias, deve acompanhá-los. Eduardo Braga (Minas e Energia), que vem defendendo Dilma, também deve se desligar.
A decisão final do PMDB é esperada com expectativa em Brasília, já que a posição do partido, maior bancada na Câmara, com 69 deputados, titular da vice-presidência e de mais 7 ministérios, será um termômetro do destino do governo Dilma Rousseff.
— No dia seguinte à decisão [de desembarque do governo], nenhum ministro ou membro do PMDB ocupará cargo em nome do partido. O PMDB não estará oficialmente a base do governo e não ocupará cargos. A posição de cada um deve ser levada em conta e cada um é responsável pelos seus atos.
Da base aliada da presidente, apenas dois partidos são considerados 100% fiéis: PT e PCdoB. Juntos, após as movimentações da janela partidária, somam 71 deputados, 101 a menos do que presidente precisaria para barrar o impeachment no plenário da Câmara (172 votos, ou um terço mais um). R7