Para a professora, que faz pesquisas sobre manifestações no Brasil desde os protestos de junho de 2013, os atuais atos que carregam a bandeira anticorrupção sofrem uma polarização que chega a ser prejudicial. “Hoje se vê uma raiva muito maior, uma polarização e um conteúdo muito emocional no discurso, que é pouco sólido politicamente, com muito poucos argumentos. Um discurso que impossibilita a entrada para o diálogo”, lamenta.
Para Esther, a tendência é que os manifestantes, por se manterem em “guetos ideológicos” em suas redes sociais (maior meio de mobilização atual), não tenham uma visão crítica sobre a conjuntura política e criem a imagem de heróis e vilões dentro do jogo político. “O debate político já não é um debate de ideias; é quase que moral entre bem e mal, entre figuras simbólicas, heróis… um debate muito infantilizado”, explica.
A professora conversou com o Portal EBC na tarde desta quinta-feira (17/3), em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – um dos principais alvos das manifestações – foi empossado como ministro-chefe da Casa Civil e teve a posse suspensa instantes depois. Ela fala sobre o possível fortalecimento de Lula, caso consiga exercer seu cargo, e também de nomes políticos que se mostram como opção entre os manifestantes que têm ido às ruas, como o Jair Bolsonaro e até mesmo Aécio Neves, que foi vaiado do protesto no último domingo (13/3).