Investigações do MPE apuraram que os executores foram Adriano Silva dos Santos e o ex-pastor Fábio de Jesus Santos.

Apontado por comparsas como mentor e executor do assassinato a pedradas de duas evangélicas no dia 19 de janeiro de 2016, em Vitória da Conquista, o pastor Edimar da Silva Brito, 37, ficou isento da autoria do duplo homicídio na denúncia feita pelo MPE (Ministério Público do Estado) à Justiça. As investigações policiais levaram o MPE a apontar como autor do crime o vigilante Adriano Silva dos Santos, 36. O outro envolvido no duplo homicídio é o ex-pastor Fábio de Jesus Santos, 34, dono do veículo usado para cometer os assassinatos.

A denúncia foi feita no dia 12 de fevereiro e até esta sexta-feira (19) a Justiça ainda não havia decidido se a aceitaria ou não. Caso aceite, Edimar, Fábio e Adriano, atualmente presos no presídio Nilton Gonçalves, em Conquista, responderão por duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e com recurso que impossibilitou a defesa das vítimas). O vigilante Adriano ainda responderá por porte ilegal de arma. Quando foram presos, ainda em flagrante, Fábio e Adriano colocaram a culpa, diante da imprensa, no pastor Edimar, como mentor e executor do crime.

Segundo a denúncia do MPE, no dia do crime ele aproveitou que estava sozinho com as vítimas – a pastora Marcilene Oliveira Sampaio, 38, e a prima dela, Ana Cristina Santos, 36 – para executá-las. “O denunciado Adriano, que portava um revólver, determinou que elas deitassem no chão, momento em que, aproveitando-se da impossibilidade de defesa das vítimas, deferiu-lhes vários golpes na cabeça e na face, com um bloco de concreto”, afirma a denúncia do MPE, assinada pelo promotor José Junceira.

De acordo com a denúncia, o crime ocorreu por vingança, após a pastora Marcilene e o marido, Carlos Eduardo de Souza, 50 (também pastor), saírem da igreja de Edimar por desentendimento e fundarem um novo templo. Edimar perdeu vários fiéis e, consequentemente, muito dinheiro do dízimo. Carlos Eduardo de Souza era outro alvo dos criminosos, mas conseguiu escapar após ser espancado. O que aconteceu realmente na noite do crime ainda está confuso. O blog tentou contato com o promotor José Junceira durante a semana, mas ele estava em viagem.

Segundo o blog da “Resenha Geral”, a denúncia do promotor fez o seguinte relato sobre o caso: “Após abordar as vítimas, Edimar saiu no veículo pertencente a Fábio – um Versa – com Carlos Eduardo e Fábio seguiu com a L200 de Carlos Eduardo, ambos em direção ao município de Barra do Choça. Fábio abandonou a L200 [numa área de zona rural] e retornou em direção a Conquista dentro do veículo em que estava Edimar e Carlos Eduardo. Já Adriano ficou na estrada com as vítimas Marcilene e Ana Cristina”. À Polícia Civil, Carlos Eduardo relatou que era a todo momento espancado por Edimar.LEIA MAIS

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