O juiz Sergio Moro acatou pedido do Ministério Público Federal e autorizou a prisão preventiva de João Vaccari Neto, secretário de Finanças do Partido dos Trabalhadores e tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff em 2010. Além de prender o petista em sua residência, na cidade de São Paulo, os agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para depor, contra a mulher de Vaccari, Giselda Rousie de Lima, a filha Nayara Vaccari e prenderam temporariamente sua cunhada, Marice Correa Lima.
A nova fase da Lava Jato tem como objetivo avançar na investigação sobre os pagamentos de propina na diretoria de Serviços da Petrobras. Segundo os delatores Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco e Eduardo Leite, Vaccari seria o responsável por intermediar o recebimento dos valores oriundos das fraudes nas licitações e destinados ao PT. O petista nega o recebimento de dinheiro ilegal. Os depoimentos são parte das provas utilizadas pelo MPF para solicitar a prisão. Em seu despacho, Moro salientou que o “poder e influência política” de Vaccari é ilustrado “pelo fato de não ter sido afastado até o momento, e há notícia de que houve solicitações de membros do partido nesse sentido”.
Uma das suspeitas sobre Vaccari é a de que ele teria solicitado o pagamento de propina a empreiteiras em forma de doação legal de campanha. A tese encontra amparo no próprio depoimento de um dos doadores, o delator Augusto Mendonça. Para o juiz Moro, consta que 4,2 milhões de reais “foram repassados, entre 23/10/2008 a 08/03/2012, a pedido de Renato Duque e por intermédio de João Vaccari Neto, como doações eleitorais registradas ao Partido dos Trabalhadores – PT. As doações foram feitas por empresas controladas por Augusto Mendonça, PEM, Projetec e SOG”. A tese foi corroborada por outro delator, o ex-dirigente da Camargo Correa Eduardo Leite. Segundo ele, em 2010 Vaccari solicitou que alguns pagamentos atrasados relacionados à propina fossem efetuados em forma de doação oficial ao PT. Carta Capital