Fortaleza (CE). Os gritos de “o campeão voltou” da torcida brasileira, antes mesmo do confronto com a Colômbia começar, denotavam não somente um desejo de todos os brasileiros que torcem pela seleção, mas também a vontade de ver de volta um futebol que merecia tais palavras.
E assim foi feito pelo time de Felipão no jogo desta sexta-feira, na Arena Castelão, em Fortaleza. A vibração, que foi vista na partida contra o Chile, voltou a se repetir e esteve em nível elevado durante a maior parte do jogo. Mas, além disso, era necessária uma apresentação digna de um time cinco vezes campeão do mundo, que ainda não havia aparecido da mesma maneira neste Mundial.
A vitória por 2 a 1 garantiu o Brasil nas semifinais contra a forte Alemanha, sem a presença do capitão, autor do primeiro gol, o zagueiro Thiago Silva, que recebeu o segundo cartão amarelo.
O grito de Thiago Silva após o gol, aos 7 minutos, dizendo “aqui é Brasil”, mostrava que o país de maior tradição no futebol mundial chega com tudo para a fase decisiva da Copa do Mundo. A vibração do zagueiro denunciava um excesso de determinação que pode fazer a diferença nas próximas etapas, caso seja mantida.
Para completar a bela atuação da dupla de zaga brasileira, David Luiz foi o responsável por um golaço de falta, que não será esquecido tão cedo. O gol colombiano veio de pênalti, com James Rodríguez, e fez a emoção ser grande nos dez minutos restantes.
Não é pecado dizer que a apresentação da seleção superou muitas expectativas. Desta vez, o futebol foi mais alegre e vistoso, com toques rápidos e chegadas de perigo, como todos esperavam desde o início do torneio. Com apenas 19 minutos, o Brasil já tinha criado três ou quatro situações reais de gol, exigindo muito do goleiro Ospina. E assim permaneceu, durante todo o primeiro tempo. Com informações do Tempo
Adversário pressionado
A Colômbia sentia-se sufocada com a intensidade da marcação e saída de jogo dos donos da casa e tentava aproveitar rápidas descidas no contra-ataque. Em dois deles, que podiam ser mortais, com mais jogadores visitantes do que brasileiros no campo de Júlio César, Oscar e Thiago Silva impediram que a jogada levasse perigo real de gol à meta verde-amarela, deixando claro que todos dividiam a responsabilidade de defender e atacar.
O time de José Pékerman teve dificuldades para voltar a apresentar o futebol atraente das partidas anteriores. A marcação impiedosa para cima de James Rodríguez e Cuadrado impediu que a Colômbia criasse tanto quanto nos quatro jogos disputados.
O estilo de jogo agressivo da seleção brasileira fez Los Cafeteros voltarem para casa mais cedo, mesmo após fazerem história. O país nunca havia chegado nas quartas de final de uma Copa do Mundo e sabe que o trabalho foi bem realizado, apesar da desclassificação.
Mostrando maturidade, o Brasil soube segurar e tocar a bola quando necessário, ganhando fôlego e tempo para a sequência do confronto.
No segundo tempo, o ritmo brasileiro mostrou ligeira queda, mas nada que pudesse comprometer o resultado construído no primeiro tempo. Apesar de não ter atacado tanto quanto na etapa inicial, a seleção de Felipão continuou bem postada em campo e lutou por cada bola como uma Copa do Mundo pede. O golaço de falta de David Luiz serviu para “fechar a tampa do caixão” adversário.
A Colômbia bem que insistiu, mas o dia parecia não ser de James Rodríguez e cia. limitada. Com um espírito de encher os olhos, a seleção chega para as semifinais com uma confiança que antes não havia aparecido no torneio. Esta postura será primordial para que o time chegue, pela oitava vez na história, a uma final da maior competição do planeta.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 2 X 1 COLÔMBIA
Motivo: Quartas de final
Local: Castelão, Fortaleza (CE)
Árbitro: Carlos Velasco Caballo (ESP)
Cartões amarelos: Thiago Silva, Julio Cesar (BRA); Yepes, James Rodríguez (COL)
Cartão vermelho: 0
Público: 60.342 pagantes
Gols: Thiago Silva 7’/1T e David Luiz 22’/2T; James Rodríguez 33’/2T
Brasil: Julio Cesar; Maicon, David Luiz, Thiago Silva e Marcelo; Fernandinho, Paulinho (Hernanes), Hulk (Ramires), Oscar e Neymar (Henrique); Fred. Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Colômbia: Ospina; Zuñiga, Zapata, Yepes e Armero; Guarin, Sanchez, Cuadrado (Quintero), Ibarbo (Ramos) e James Rodríguez; Gutierrez (Bacca). Técnico: José Pékerman.