Por José Ronaldo – Pedagogo, Ativista Social em Barra do Choça
É com enorme prazer que me debruço sobre estas teclas para falar desta fase da vida humana tão importante e tão complexa que é a juventude e seus limites dentro desse cenário nebuloso ao qual se encontra a sociedade brasileira.
Digo que é um momento difícil, pois estamos em um período onde as coisas e as relações humanas são cada vez mais descartáveis, e frágeis, onde não se tem mais a valorização da pessoa humana como central em nossas vidas.
São visíveis as transformações pelas quais o mundo passa no século XXI, trazendo fortes impactos e afetando a vida de muitas pessoas, especialmente dos jovens, sendo cada vez mais atingidos na sua forma de socialização, na relação que estabelecem com a educação e o trabalho, nos seus modos de vida, nos seus pensamentos. Perdem, assim, muitas vezes, a idéia de que são responsáveis pela sua própria história, faltam-lhes perspectivas para o futuro.
Nesse contexto, há uma explosão de novos conceitos, e os jovens se deparam com grandes impasses ao buscarem seu direito de trabalhar, de estudar, de realizar seus sonhos e projetos de vida.
Cunham-se expressões novas e ao mesmo tempo resgatam-se ideias antigas: o fim da história, o desencantamento, a pós-modernidade, o pós-industrialismo e a terceira revolução industrial são termos que deixam de estar restritos ao meio acadêmico e entram no dia a dia das pessoas. Neste cenário de novas concepções, os jovens se sentem inseguros e despreparados para atuarem como atores protagonistas na sociedade em que vivem.
A juventude e as relações que estabelece com o trabalho, a educação e a família têm se tornado, nos últimos anos, tema de atenção dos pesquisadores que visam, não apenas compreender as relações do jovem com o mundo do trabalho e com a educação, mas também propor alternativas que possam vir a oferecer possibilidades para a minimização dos graves problemas que os jovens enfrentam para inserção, permanência e valorização no trabalho.
Qual seria o papel do jovem nos dias de hoje, dentro de sua sociedade, com toda essa criminalidade, todo este genocídio entre os jovens, drogas, fome, tudo isso agravado pela desigualdade social que impera no nosso país?
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Digamos que o jovem coloca-se como herdeiro dos problemas sociais, mas acredita-se que, como agente construtor da sociedade, os jovens podem sim mudar todo este caos que a eles foi apresentado.
A juventude é, de certa forma, uma fase da vida humana em que se apresentam muitos desafios. É onde a turbulência em torno da crise de identidade jovem é uma constante, sendo importunado por muitas questões, como as drogas, a sexualidade, o primeiro emprego e as perspectivas de visualização de um novo mundo, dentre outros.
De fato é muito difícil ser jovem na atualidade, e aqui poderíamos citar várias questões, e uma delas é a própria condição social, cultural e econômica nas quais estes jovens estão inseridos. Vale ressaltar que falar de juventude nos remete a pensar que condições de acesso à educação estão tendo, que tipo e moradias estes jovens possuem, enfim, qual de fato é a situação real e social destes jovens.
De maneira geral, os jovens estão mais preocupados com a sua conta no FACEBOOK do que com a política de seu país; estão mais empenhados em saber qual e onde será o próximo baile funk do que se preocupar em avançar nos seus estudos.
É de fato uma juventude transviada no sentido de valorizar as coisas superficiais, de gostar mais daquilo que lhes dão retorno imediato e prazeres aligeirados. Aí entram as questões das drogas e da ostentação que funciona como um excelente atrativo para seu ego.
Nos anos 60 e 70, a juventude se preocupou em mudar o mundo, ou pelo menos tentar mudar alguma coisa na sua realidade. Temos um grande exemplo de Che Guevara que, na condição de medico argentino, ajudou a realizar a revolução cubana, se tornando assim umas das pessoas mais importantes do mundo.
Como não citar Jesus Cristo que, na sua juventude, tratou de conduzir o povo em um caminho de retidão e justiça, chegando a doar a sua própria vida em favor da humanidade.
Então fica a questão de como ser jovem na atualidade com todos estes empecilhos e atrativos que a realidade oferece.
Nada contra as tecnologias, mas esta deve estar a serviço de alguma coisa e de algum processo de mudança.
Ser jovem também é ter responsabilidade, é trabalhar, é propor mudanças, é participar das decisões políticas de seu país, de seu município, de sua escola e de sua família. A juventude é para brilhar e a rebeldia dos jovens deve ter uma causa justa.
Por José Ronaldo
Pedagogo, Especialista em Fundamentos Sociais e Políticos da Educação – UESB – e ativista social.