O MST – Movimento Sem Terra ocupou no ultimo dia 6 de abril com 300 famílias, a fazenda ligada a EBDA no município de Barra do choça.A ocupação faz parte da jornada do ABRIL VERMELHO onde no ano de 2013 pauta-se a reforma agrária e a falta de justiça ocorridos no campo,como os presenciados em Eldorado dos Carajás com o assassinato de 19 Sem Terras,o massacre de Felisburgo e o mais recente caso de assinado de nosso companheiro e militante Fabio dos Santos Silva o qual dá nome a este acampamento.
As famílias estão vindas de todos os lugares para se acampar na esperança e desejo de ter um pedaço de terra para trabalhar e criar seus filhos, afirma um acampado local que já esta no acampamento desde o dia 7 de abril e diz que este era um sonho que ele tinha de muito tempo de conseguir um pedaço de terra.
Em assembleia realizada no ultimo dia 27 de abril ficou encaminhado que haverá um processo de vistoria pelo INCRA – órgão que regulamenta as terras do pais e que as famílias serão cadastradas tanto para o processo de conquista da terra,como para a distribuição de cestas básicas dentre outros.
O município de Barra do Choça é um território com economia baseada na cafeicultura e na produção familiar, onde predomina, em grande parte, a pequena produção de subsistência. No entanto, na última década, ocorreu um processo de êxodo rural acelerado, impulsionado pelas mudanças sociais, dificuldades de se viver no campo e pela falta de investimentos na agricultura familiar, que é o motor que move a cidade e todo o município.
Um outro aspecto desta crise é a concentração das terras nas mãos de poucos, fazendo com que fique muita gente sem terra e poucos detendo a maioria das terras do município.
Desta forma, a existência de três assentamentos (Canguçu, Pátria Livre e Mocambo) se fazem legítimos nesta luta pela conquista da terra e pela socialização dos meios de produção, uma vez que no município ainda existem milhares de famílias sem a terra.
A ocupação da terra improdutiva também é um direito do povo garantido em lei e as famílias carentes e marginalizadas deste município têm todo o direito de se mobilizarem e lutarem pelo seu lugar ao sol e pelo seu pedaço de terra.
Como já dizia o grande cantor popular Rosalvo José, “os portugueses aqui chegaram e invadiram e tomaram as terras dos índios, cabendo a nós agora fazer a ocupação e retomar aquilo que os invasores nos tiraram”.
Por José Ronaldo