
O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Pará, Ulisses Manaças, afirma que prisão é um marco para os direitos humanos no país. “O MST está entusiasmado com a decisão judicial. Mesmo sendo um fato antigo, o massacre é emblemático para o MST e para os direitos humanos”, afirmou.
Pantoja, ex-comandante da Polícia Militar do Pará, foi condenado a 228 anos, e o major Oliveira, a 158 anos e 4 meses de reclusão. As penas somam cerca de 386 anos de prisão. Ambos estavam em liberdade graças a habeas corpus do STF (Supremo Tribunal Federal), que permitiam com que recorressem da condenação, soltos.
Segundo o advogado Gustavo Pastor, o coronel deve chegar ao presídio especial para militares, Anastácio das Neves, durante a tarde. “Ele [Pantoja] vai se apresentar ainda hoje, estamos levando o coronel para o presídio onde ele vai se começar a cumprir a pena”, afirmou o defensor. FONTE: www.imperatriznoticias.com.br
Entendendo sobre o Massacre de Eldorado
O Massacre de Eldorado foi um confronto de policiais contra os sem-terras. Ocorreu em 17 de abril de 1996 no município de Eldorado dos Carajás, no sudoeste do Pará, onde cerca de 1.500 trabalhadores sem-terra estavam acampados na beira da rodovia PA-150 na região. Eles lutavam contra a demora da desapropriação das terras da rodovia. Para conter o protesto, o então secretário da Segurança do Pará, Paulo Sette Câmara, autorizou a Polícia Militar a fazer uso da força necessária para acabar com o protesto. Além de bombas de gás lacrimogêneo, os policiais atiraram contra os manifestantes.
19 colunas representando os mortos no massacre Foto: Jordão Nunes
Em 1999, no local onde houve o massacre, 19 troncos de castanheira queimados, que vistos do alto formam o mapa do Brasil, foram erguidos em homenagem aos sem-terra assassinados.