Quem vê Rodrigo Minotauro enfrentando os gigantes do UFC nem desconfia que a maior batalha da sua vida aconteceu quando ele tinha apenas 11 anos. Frank Mir, americano que quebrou seu braço numa finalização no UFC 153, e Bob Sapp, lutador de MMA e ex-jogador de futebol americano com 1,96m e 142 kg que foi seu adversário no Pride em 2002, não chegam nem perto.
A maior luta do baiano de Vitória da Conquista aconteceu há 25 anos, quando um caminhão de 6.000 kg foi o adversário de um menino que teve muita vontade de vencer. O “cinturão” foi sua própria vida.
– Foi Deus quem nos ajudou. Seria uma pena eu parar tudo aos 11 anos de idade. Só tenho a agradecer a meu pai e meu irmão, que me deram muita força. Essa mensagem de força foi muito importante pra mim. Carreguei isso dentro de mim e consegui superar várias outras coisas – lembra Minotauro.
O reencontro
Vinte Cinco anos depois, o “Esporte Espetacular” colocou Rodrigo frente a frente com o motorista. Eles nunca mais tinham se encontrado, e o repórter Régis Rösing foi o “árbitro” desse novo combate. Os lutadores viajaram até Paramirim, a quase 300 km de Vitória da Conquista, para o reencontro. – Eu sempre tive muita curiosidade de conhecê-lo – admitiu Rodrigo.
Um verdadeiro boiadeiro esperava pela “comitiva” do UFC. Com chapéu, camisa social e botas, seu Jubervaldo encontrou-se novamente com Rodrigo, hoje com 36 anos, único lutador campeão do UFC e do Pride e que assusta com seus 110 kg. – Você não veio aqui pra me dar um soco, né? – brincou.
Nada de socos ou chutes. O reencontro não era uma revanche como numa luta do UFC, mas sim um perdão. Um perdão dado por causa de um acidente que ajudou a “construir” a vontade de sempre vencer que Minotauro tem. Não importa se no octógono ou na vida.
– Não foi culpa minha, foi um acidente que infelizmente aconteceu. Para você foi uma vitória. A primeira delas – comemorou Jubervaldo. – Nenhuma luta me deu nem dez por cento da dificuldade que eu tive nessa época. Incomparável. Foi muito pior do que qualquer luta – conta Minotauro. GLOBO ESPORTE
Atropelamento
O dia tinha começado com festa. A família Nogueira estava toda reunida na casa de um amigo para comemorar o aniversário de um parente. Rodrigo e Rogério – que ainda não tinham os apelidos de Minotauro e Minotouro – brincavam com meninos da sua idade. Um caminhão parado na frente da casa ganhou a atenção dos meninos, e todos subiram na traseira do veículo para se divertir com o novo “brinquedo”.
– A gente estava se divertindo. Por curiosidade, pulamos na carroceria aberta, e o motorista ligou o caminhão. Quando ele ligou, todas as crianças pularam para fora da caçamba pela lateral. Eu pulei pelo fundo, e ele encaixou a macha ré – relembra.
Ao saltar, Rodrigo caiu de costas no asfalto e ficou sem reação ao ver o caminhão indo na sua direção. O irmão Rogério ainda tentou avisar, mas sem sucesso. Os próximos segundos foram inesquecíveis para os dois.
– Comecei a ver aquela roda passando por cima dele aos poucos. Por cima do pé, da perna. Quando olhei, parecia que o caminhão estava passando por cima de um quebra molas. A adrenalina era tanta que ele não sentia dor, mas caiu no chão logo que o levantei – lembra Minotouro. A partir daí foi uma correria. O tio Elpídio, que é médico e estava na festa, fez o primeiro atendimento no local. Chegando ao hospital, a equipe médica já estava a postos para tentar salvar a vida de um garoto de apenas 11 anos.
A cirurgia foi um sucesso. Com uma técnica revolucionária – o músculo das costas foi emendado com o diafragma para que ele continuasse a respirar sem problemas -, os médicos conseguiram salvar a vida do menino. Foram 11 meses de recuperação e curativos. Foi a primeira vitória da vida de Minotauro. – Na realidade, foi Deus quem o salvou. Nenhum médico acreditava na sobrevivência dele – afirma o pai, Hamilton.
O reencontro
Vinte Cinco anos depois, o “Esporte Espetacular” colocou Rodrigo frente a frente com o motorista. Eles nunca mais tinham se encontrado, e o repórter Régis Rösing foi o “árbitro” desse novo combate. Os lutadores viajaram até Paramirim, a quase 300 km de Vitória da Conquista, para o reencontro. – Eu sempre tive muita curiosidade de conhecê-lo – admitiu Rodrigo.
Um verdadeiro boiadeiro esperava pela “comitiva” do UFC. Com chapéu, camisa social e botas, seu Jubervaldo encontrou-se novamente com Rodrigo, hoje com 36 anos, único lutador campeão do UFC e do Pride e que assusta com seus 110 kg. – Você não veio aqui pra me dar um soco, né? – brincou.
Nada de socos ou chutes. O reencontro não era uma revanche como numa luta do UFC, mas sim um perdão. Um perdão dado por causa de um acidente que ajudou a “construir” a vontade de sempre vencer que Minotauro tem. Não importa se no octógono ou na vida.
– Não foi culpa minha, foi um acidente que infelizmente aconteceu. Para você foi uma vitória. A primeira delas – comemorou Jubervaldo. – Nenhuma luta me deu nem dez por cento da dificuldade que eu tive nessa época. Incomparável. Foi muito pior do que qualquer luta – conta Minotauro
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