Terceira noite celebrada pelos Padres Edilberto Amorim, Mozart, Gerson e Alexandre |
Tema da noite, Vinde e vede. É Jesus palavra do Pai encarnada. |
Nesta NOITE ESPECIAL, a Família Amorim, encabeçada pelo Padre Edilberto, e pelo vereador Jorge Amorim, prestaram uma linda homenagem a IRMÃ ARISTÉA AMORIM, uma pessoa que há 69 anos atrás afastou-se da família e dos amigos, para dedicar a um sonho, SERVIR AO SENHOR.
Jorge Amorim apresenta um histórico da Vida da Irmã Aristéa |
Na oportunidade, Jorge Amorim apresentou um breve histórico da vida da Freira que completa no próximo dia 02 de fevereiro, 90 ANOS. Além da entrega de uma placa, em agradecimento pela carinho e dedicação que a Irmã Aristéa tem com o povo de Barra do choça, e em especial a Família Amorim, o Padre Edilberto chamou ao altar a Família Amorim e os residentes, diretores da Fazenda Cotefave. A Irmã Aristéa foi a doadora da área de terra onde hoje está situada a Comunidade Terapêutica Vida e Esperança – COTEFAVE.
Guiomar e Dário Amorim, ex-alunos da Irmã Aristéa entregam placa em agradecimento |
Diretores e residentes da COTEFAVE, entregam homenagem a irmã Aristéa |
Conheça um pouco da história da Irmã Aristéa Alves de Amorim.
Aristéa Alves de Amorim, (do grego Aquela que busca só o bem) nasceu em 02 de fevereiro de 1922 na Fazenda Coqueiros em Barra do Choça, é filha de Clínio Alves de Amorim e de Dona Rosentina de Araújo Melo, é irmã de Aclínio, Américo e Ansíla Amorim.
Em 1936, Tia Aristéa, deixa sua família e vai à cidade de Salvador estudar onde permaneceu por três anos. Após concluir parte dos seus estudos, retorna a Barra do Choça, e passa a dar aula para os filhos de alguns moradores, dentre eles destacam-se: Deraldo, Guiomar, Dário Amorim, José e Manoel de Brasilino, dentre outros.
Em 1939, a irmã Aristéa Amorim, assume temporariamente a função de professora, tornando a terceira professora de Barra do Choça, sendo a primeira Dona Santinha, filha do saudoso Doutor Crescêncio Silveira, e a segunda a Professora Maria de Lourdes, a qual após uma desilusão amorosa, suicidou-se, deixando o município sem professora. Neste contexto, a irmã Aristéa surge no município, não para substituí-la, mas pela ausência da profissional e por estar habilitada a lecionar, a jovem com apenas dezessete anos inicia a sua carreira de professora, atuando no município por alguns anos.
O retorno à Barra do Choça
A irmã Maria da Visitação como era conhecida a Irmã Aristéa, permaneceu enclausurada por 40 anos no Convento na capital Baiana, ali ela pertencia a União Romana da Ordem de Santa Úrsula, após 1962, com o Concílio Vaticano II, o qual retirou-se a clausura, permitindo a abertura da Igreja, pois, segundo Papa João XXIII, “Era necessário abrir as janelas da Igreja, para que fosse ventilado, e que entrasse novos ares.” Com esta determinação do Vaticano, a irmã Aristéa, retorna a sua cidade natal e se assusta com a pobreza e o sofrimento dos seus conterrâneos. As famílias muito fracas, passavam por dificuldades, pois não haviam oportunidades, não havia empregos e muito menos educação. Ao se deparar com esta triste realidade, a Irmã Aristéa, pôs-se em oração e pediu a Deus, que a sua cidadezinha crescesse intelectualmente, moralmente e economicamente e que prosperasse, pois o povo que nela habitava eram bons e valentes lutadores.
Após dois anos, a Irmã Aristéa,retorna a Barra do Choça, e uma grande surpresa surge, a cidadezinha com uma outra cara e com uma nova perspectiva, surgia ali, o início da cultura cafeeira em Barra do Choça. Com a Política de incentivo do Governo Federal e Estadual, os pequenos produtores, além de incentivos em recursos financeiros, alguns adquiriram lotes de terras, para cultivar o café. O resultado foi tão positivo, que alguns moradores do município, antes mesmo do prazo estipulado pelo Governo, já queriam pagaros seus financiamentos. Explica-se, tal atitude, o não costume de dever, principalmente aos bancos.
A Partida
No dia 16 de janeiro de 1943, com mais ou menos20 anos de idade, Aristéa Amorim, com pesar, pois era grande o apego a sua família, sob o pretexto de fazer um tratamento dentário em Vitória da Conquista, afastou-se de sua família para dedicar a sua vocação religiosa num convento em Salvador. Ao todo foram quatro dias de viagem, de Barra do Choça a Conquista, num lombo de um cavalo de propriedade de Barreto e conduzido pelo primo Manoel Amorim. De Conquista a Jequié, viajou na bolé de um caminhão, já de Jequié a Nazaré das Farinhas o meio de transporte foi o trem, e finalmente, de Nazaré das Farinhas a Salvador, o percurso foi concluído a navio. Apesar dastentativas da família, especificamente de seu pai o senhor Clínio Alves de Amorim, de mudar o pensamento daquela jovem de ingressar no convento, argumentava ele, usando um versículo bíblico “Desejo misericórdia, e não sacrifícios”, (Os. 6:6), mas, a religiosa manteve-se firme no seu propósito e graças a sua persistência, ao pai ao perceber a sua devoção e desejo de seguir a sua vocação religiosa, e por ser menor de idade, o seu pai acabou concedendo a autorização para que a irmã ingressasse na vida religiosa e realizasse o seu grande sonho.
A motivação:
Com a morte de sua mãe, ainda criança, Aristéa passa a morar parte com a sua avo Madalena e com a sua tia Ilda, quem exerceu forte influência em sua Educação Religiosa. A Irmã Aristéa conta, que uma parábola marcou a sua vida, e lhe trouxe a reflexão, “A parábola da filha do Rei infiel”, nela, uma menina, interessa pelo menino, e após algum tempo depois de moça e rapaz, vão ao mosteiro para celebrar o seu casamento. Ao entrar, o rapaz não retorna, e a moça espera por muitas e muitas horas, até que alguém vem a ela com a informação de que não havia ninguém a espera dela. A informação, traz lhe uma dúvida se de fato, aquele rapaz existiu, a parábola, insinua, que ele seria a JESUS CRISTO. Moral da história, a moça percebe que aquele era um chamado para a sua vocação religiosa. Esta mensagem ficou com a irmã Aristéa por muito tempo, até que resolve a contra gosto de sua família dedicar avida religiosa.
Irmã Aristéa e COTEFAVE:
No ano 2000, numa das costumeiras visitas a Barra do Choça, a Freira encontra casualmente com o Padre Edilberto Amorim, e numa conversa informal sobre questões diversas, um aspecto chamou-lhe a atenção, Uso de Drogas, já profetizando o Tema da Campanha da Fraternidade de 2002 “VIDA SIM, DROGAS NÃO.”, o Padre Edilberto, por sua vez antecipou a irmã, o seu interesse em desenvolver no município, um trabalho social de recuperação de pessoas usuárias de álcool e substancias psicoativas, para tanto necessitava de um espaço que pudesse implantar este projeto. Ao tomar conhecimento do desejo do padre, a irmã Aristéa, faz a doação de uma área de terra que herdara do seu pai no passado.
Graças a esta ação generosa da irmã Aristéa em Barra do Choça, se concretiza uma instituição que tem a missão de acolher, adolescentes, jovens e adultos, para recuperação da drogadição que tem a sua inclusão na sociedade. A cotefave é hoje a primeira do norte nordeste, a nona no Brasil, e a vigésima quinta a nível mundial, em acolhimento, tratamento e reinserção social e familiar. Como benção de Deus.