Partido acena com a opção de voto crítico na presidenciável do PT,
mas informa que não fará campanha em prol da candidata
Em uma reunião que durou cerca de três horas, o PSOL decidiu que vetará o voto ao candidato do PSDB, José Serra. Por uma deliberação da Executiva Nacional, o partido recomendará a seus integrantes e militantes o que chamou de “voto crítico” em Dilma Rousseff, ou então o voto branco ou nulo. “Esta definição é uma demarcação de que a depender da posição do PSOL, nenhum voto será destinado a Serra. Entendemos que não votar em Serra é uma demarcação entre duas escolhas e estamos dizendo não à pior escolha nesta eleição”, afirmou Afrânio Boppré, secretário-geral do partido.
Questionado sobre por que não votar em Serra, o ex-presidenciável do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, brincou: “O bicho é ruim demais”. A reunião ocorreu no diretório do partido na capital paulista. De acordo com integrantes da Executiva Nacional do PSOL, a decisão não implicará nenhum tipo de campanha em prol de Dilma nem acordo pragmático ou mesmo qualquer participação em um futuro governo.
Plínio declarou seu voto nulo no segundo turno: “Ninguém vai subir no palanque de ninguém. Aceito a deliberação do partido. Houve uma grande convergência de opiniões”. Sobre a proximidade do ex-presidenciável socialista com Serra, Plínio disse separar questões pessoais de trajetória política: “Amigos, amigos, política à parte. Quero bem ao Serra, à Mônica (Serra), à Verônica (Serra) e ao Luciano (Serra), que foram meus companheiros de exílio. Agora, estão profundamente errados, farão mal ao povo brasileiro”. Segundo Plínio, eles defendem políticas que são contra o interesse popular.
Um grupo de dez militantes do PSOL no Rio de Janeiro enviou à Executiva Nacional um pedido em prol do voto crítico pela candidata Dilma antes do encontro. De acordo com o deputado federal e líder da bancada do PSOL na Câmara, Ivan Valente, a maioria dos parlamentares no partido apoia o voto crítico em Dilma. “Atendendo inclusive a grande pressão de eleitores que nos solicitaram entendemos que o que dialoga mais com a nossa base neste momento é o voto crítico em Dilma”, disse.