Desemprego atinge trabalhadores com maior ou menor qualificação; regras menos excludentes em seleções públicas e maior oferta de vagas são algumas das cobranças dos candidatos a um novo emprego
Matéria publicada originalmente no Jornal do Dária, edição de dezembro de 2018
Conseguir um emprego hoje em dia em Barra do Choça não é uma tarefa fácil. Muitos barrachocenses reclamam da falta de oportunidades de trabalho no município. Faltam dados oficiais que possam quantificar a atual situação, mas não é difícil encontrar pessoas que estão à procura de emprego e não conseguem uma ocupação.
A situação de Barra do Choça reflete o que ocorre na Bahia. Somente no segundo trimestre deste ano, 1,168 milhão de pessoas desocupadas, na Bahia, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Muitos barrachocenses podem ser enquadrados na população desalentada. A população desalentada é a que não trabalha nem está procurando trabalho, por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho; não tinha experiência; era muito jovem ou idosa; ou não encontrou trabalho na localidade. Mas, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.
A seguir, vamos conhecer a situação de alguns trabalhadores de Barra do Choça que estão em busca de uma oportunidade de trabalho e ainda não conseguiram.
Claudia Gomes Santos, 38 Anos, formanda na graduação de História
“Uma das maiores dificuldades que encontro para conseguir emprego na minha área está no tipo de seleção excludente. Tal processo é realizado para privilegiar quem já está e não dá oportunidade para os novos professores que estão chegando ao meio educacional para atuarem na área. Já realizei várias seleções, mas o peso maior era a experiência em sala de aula o que já me excluía de tal vaga. Sou professora da disciplina História. É muito difícil o emprego nesta área, o que gera uma decepção para o profissional que se frustra no sentimento de ter errado ao escolher qual profissão seguir.”
O Jornal do Dária é uma realização do Colégio Estadual Dária Viana de Queiroz, sob a coordenação do professor e jornalista José Amorim
Fernando Souza Santos, 42 Anos, trabalhador da Construção Civil
“Sou pedreiro e trabalho rural. Está muito difícil encontrar trabalho. Uma das principais dificuldades é encontrar emprego é que não tem vagas. Foram vários currículos espalhados e nem uma proposta aceita. Já procurei tantas empresas em busca de uma vaga que nem lembro quantas, pois foram muitos locais e várias vezes.”
Fernanda Moutinho santos, 26 Anos, formanda na graduação de pedagogia
“A dificuldade para encontrar vagas sempre existe, mas o que dificulta mais são as regras que são impostas principalmente em seleção. Quando terminados a faculdade as dificuldades para arrumar emprego são muitas, pois a maioria dos setores públicos ou privados, dificultam bastante esse engajamento dos recém-formados no mercado de trabalho. Em busca de uma vaga, já procurei seis empresas, entre escolas e secretaria de educação.”
