Blog do Jorge Amorim

Acusada de matar garota na BA por dívida de R$ 15 é condenada a 4 anos em regime aberto: ‘Não tem justiça’, diz mãe de vítima

A merendeira Aline Alves Santos, acusada de matar a adolescente Ingrid Lima dos Santos, de 15 anos, em Salvador, foi condenada a 4 anos de prisão em regime aberto, na quinta-feira (04/10), durante júri popular. A decisão cabe recurso. O julgamento foi realizado no Fórum Ruy Barbosa, no centro da capital baiana. A audiência começou por volta das 8h e foi encerrada às 18h, 10 horas depois. Familiares da vítima acompanharam a decisão.

Ingrid foi assassinada em 2016, por conta de uma dívida de R$ 15. À época, a acusada negou que tivesse cometido o crime por conta da dívida e afirmou ter agido em legítima defesa. A versão foi sustentada no tribunal. Durante a audiência, o júri determinou 6 anos de prisão, mas, a juiza Gelzi Maria Almeida Souza, responsável pela sentença, tirou 2 anos da pena. Na decisão, ela afirma que levou em conta o fato da acusada ser ré primária e ter bons antecedentes.

Em entrevista ao G1, a mãe da vítima, Cristina Batista Lima, disse que não concorda com a sentença, mas não vai recorrer. “Recorrer para quê? Não tem justiça mais. Não tem justiça nesse país. Ela matou Ingrid e saiu de boa”, desabafou.

Testemunha do crime, a mãe de Ingrid foi a primeira pessoa a ser ouvida no julgamento. Agarrada a uma farda escolar da filha, Cristina estava muito abalada e contestou a versão dada pela acusada desde a época do crime. “Não foi legítima defesa, ela puxou a faca e enfiou na minha filha. Eu vi. Eu vivo com uma ferida que vai abrindo, fechando, abrindo, fechando… É muito sofrido”, disse Cristina. Depois de prestar depoimento, a mãe da vítima passou mal e precisou ser retirada do salão. Quando se recuperou, ela preferiu não voltar para assistir o júri e passou a aguardar a decisão do lado de fora.

“Se eu entrar ali de novo, eu morro. São dois anos e sete meses de sofrimento, de um vazio grande no meu peito. Depois disso, eu não sou mais a mesma. Não sou bem de saúde, assim como minhas duas outras filhas”, desabafou.

Além de Cristina, outras 9 testemunhas foram ouvidas. De acordo com o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), foram 4 de acusação e 5 de defesa. Aline Alves Santos de Sousa aguardou o julgamento em liberdade. Durante a sessão, ela estava escoltada por policiais militares. Após a decisão, Aline foi liberada. A instituição prisional onde ela deverá prestar contas e cumprir a pena ainda não foi definida. *G1


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