Blog do Jorge Amorim

Barra do Choça produz aguardente e álcool com descarte 100% limpo do mel

O descarte responsável da produção de mel deu origem ao álcool etílico e a aguardente de mel, no município de Barra do Choça. A ação é graças ao financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESP), entre 2011 e 2014, que teve à frente na pequisa o apicultor Luiz Jordans, da Apis Jordans, produtora de extrato de própolis. Atualmente, ele se prepara para comercializar a bebida.

O apicultor explica que o extrato de própolis usa, como diluente, um álcool de cereais. “Então veio a ideia de produzir o próprio álcool e que ele servisse como solvente. Na execução do projeto, veio a separação: uma parte da destilação sai realmente com teor de álcool e uma parte, como aguardente. A pesquisa teve um resultado desdobrado, nós queríamos um produto e conseguimos dois”, explica Jordans. A comercialização, completa, é feita de forma artesanal. “Estamos fazendo a parte final de desmembramento de uma parte da nossa instalação física, separando da parte de inspeção federal e adequando para entrar no setor de bebidas do próprio Ministério da Agricultura”.

O coordenador da Diretoria de Inovação da FAPESB, Alzir Mahl, conta que essa linha de financiamento existe desde 2007. “A ideia é que, ao financiarmos esses projetos, as empresas melhorem a sua produtividade e competitividade, ou seja, tenham uma melhoria de sua receita e com isso o estado também saia ganhando com o desenvolvimento socioeconômico. Sempre incentivamos também a geração de novos empregos, produtos, processos ou serviços e com isso há um ciclo de ganhos para o empreendedor, o Governo do Estado e toda a Bahia”, contou Mahl.A Tarde

Além do álcool e da aguardente, o descarte consciente do mel gerou um terceiro produto: o etanol. “Esse último descarte é um destilado contaminado com metais pesados, metanol. Ele serviu como combustível. Então, todo o descarte está sendo utilizado”, disse Jordans que consegue abastecer um dos veículos da empresa com este produto, resultando em uma produção de mel 100% limpa. “Financeiramente não é rentável, mas nós não descartamos nada no meio ambiente. Para mim, teve um efeito muito satisfatório do ponto de vista ambiental, mais do que econômico”, pontua. *

 


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