Blog do Jorge Amorim

Novo presidente de Cuba: “Seremos fiéis ao legado de Fidel Castro”

Miguel Mario Diaz-Canel Bermúdez, 57 anos, até agora primeiro vice-presidente do governo, foi eleito nesta quinta-feira, 19 de abril, presidente de Cuba pela Assembleia Nacional para substituir o general Raúl Castro, que se aposenta após 12 anos no poder. “Seremos fiéis ao legado de Fidel Castro, líder histórico da Revolução, e também ao exemplo, coragem e ensinamentos de Raúl Castro, atual líder do processo revolucionário”, disse Díaz-Canel, que leu seu primeiro discurso oficial como presidente da República de pé na tribuna do Parlamento, vestido de terno cinza e gravata vermelha.

Após a posse, uma nova geração chega ao topo do Estado, embora ainda sob a figura tutelar do general Castro, que permanece até 2021 como primeiro secretário do Partido Comunista, o órgão máximo de decisão na ilha por determinação constitucional. É o penúltimo ato do adeus da “geração histórica”. Depois da morte de Fidel Castro, em 2016, o início de uma nova era será rubricado, definitivamente, nos próximos anos pela saída de seu irmão Raúl do comando do partido ou por seu falecimento.

A Assembleia Nacional de Cuba se reuniu na quarta-feira, dia 18, em Havana para votar nos candidatos a ocupar os postos do Conselho de Estado, eleitos por uma Comissão Eleitoral Nacional controlada pela cúpula do regime. A sessão foi presidida por Raúl Castro. Díaz-Canel foi indicado como candidato à presidência e votado pelos 604 deputados. Nesta quinta, foi confirmado por unanimidade, com 99,83% dos votos (o único voto faltante dos 604 foi o seu próprio).

Díaz-Canel iniciará um mandato de cinco anos, renovável por outros cinco, mas não mais que isso, em razão do limite de duas legislaturas estabelecido por Raúl Castro para os altos cargos. A sucessão presidencial tem sido marcada pelo chamado à “continuidade”, o conceito-chave do governismo em uma conjuntura muito importante que evitam identificar com uma transição, para não dar espaço à ideia de uma possível mudança de regime.

EL PAÍS


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