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Os dentes amarelados ou escurecidos incomodam bastante quem fuma, os efeitos silenciosos na boca, porém, são graves e merecem atenção: câncer de boca, gengivite e periodontite  são os principais riscos enfrentados pelos fumantes.

“O câncer de boca é pouco conhecido pelas pessoas, mas é o quinto mais comum entre os homens e o oitavo entre as mulheres. Estima-se que em torno de 15 mil pessoas sejam afetadas pelo câncer de boca a cada ano aqui no Brasil. E 50% deles vão a óbito pela doença Temos que enfatizar que 80% dos pacientes que desenvolvem câncer de boca são fumantes”, alerta  o dentista estomatologista Fabio De Abreu Alves (CRO-SP 83 680), secretário da Câmara Técnica de Estomatologia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo.

Cigarro e doença periodontal

Além das queimaduras na mucosa da boca causadas pela temperatura da fumaça, ela contém substâncias que diminuem a circulação sanguínea da gengiva, o que favorece a atuação das bactérias responsáveis pela doença periodontal. “O cigarro causa uma vasoconstrição sistêmica, fazendo com que a doença passe despercebida porque ao diminuir a corrente sanguínea, a gengiva sangra menos”, observa José Sani Neto (CRO-SP 24 963), professor de periodontia do curso de Odontologia da Unimes (Universidade Metropolitana de Santos)

*Fonte:saudebucal.ig.com.br

A doença periodontal tem início com a gengivite, inflamação da gengiva causada pela ação da placa bacteriana junto à gengiva. A placa é composta por bactérias e restos alimentares que se acumulam entre os dentes e junto à gengiva – um dos primeiros sinais da doença é o sangramento. Porém, no fumante, devido à vasoconstrição, isso quase não acontece. Outros sinais são o inchaço e a retração da gengiva, com maior exposição da raiz do dente, e o amolecimento do dente. Quando o quadro se agrava, está instalada a periodontite.  

“O dente sem cárie começa a amolecer, ter abscessos, e pode até cair. Há pacientes com dentes saudáveis que são perdidos por falta de osso do apoio aos dentes. O problema da enfermidade periodontal é se houver a perda, muito dificilmente poderá haver recuperação. O osso circunda e segura o dente”, explica José.

A realização de implantes também é prejudicada porque, segundo Fábio, a capacidade de osteointegração é menor nos fumantes devido à problemas de vascularização tecidual.  

O mau hálito  é também um problema relatado pelos fumantes – isso se deve à diminuição da produção de saliva, outro efeito colateral do fumo.  Fumar ainda favorece que o cálcio, presente na saliva, se precipite sobre o dente, causando o cálculo dental (tártaro).

Diminuir o cigarro já ajuda a melhorar a saúde bucal?

Ambos os especialistas concordaram que reduzir o número de cigarros consumidos, diminui o contato com as substâncias tóxicas, mas os resultados a longo prazo serão os mesmos. “O ideal é parar mesmo, há estudos que demonstram que pessoas que param de fumar sentem uma melhora muito rápida porque eles já deixam de respirar a fumaça tóxica do cigarro. Uma pessoa que fuma 20 cigarros por dia, a cada meia hora está aspirando a fumaça, causando todos os malefícios. E estima-se que, principalmente em relação ao câncer de boca, a pessoa precise de dez anos para que o organismo se torne desintoxicado do cigarro”, analisa Fábio.

Tratamentos 

A gengivite e a doença periodontal serão tratadas pelo dentista periodontista por meio de raspagens e polimentos – o tratamento ainda requer o acompanhamento pelo profissional. O cuidado extra com a higienização é a chave para o sucesso de controle da doença: “Se ele for um paciente fumante e não ter uma higienização boa, a chance de ter a doença instalada é de 100%.  A doença periodontal pode ser estabilizada, mas não tem cura. Se não houver esse compromisso, o paciente poderá voltar a sofrer com a doença.”, alerta José.

Uma alimentação mais saudável, que priorize o consumo de frutas, legumes e verduras também é importante para o restabelecimento da saúde bucal.

Caso o dentista venha a diagnosticar o câncer bucal, o paciente será encaminhado a um cirurgião de cabeça e pescoço. Haverá necessidade de uma cirurgia e, possivelmente, de radioterapia.

Quanto a estética,  ela pode ser plenamente recuperada? Segundo o Fábio, a resposta é positiva: “Com um bom polimento e com novas técnicas como as lentes de contato  – solução estética é o que mais se encontra no mercado”.