Blog do Jorge Amorim

BARRA DO CHOÇA: Cantor Nelson Ned morre aos 66 anos

'O pequeno gigante' estava internado em hospital de Cotia tratando uma pneumonia
‘O pequeno gigante’ estava internado em hospital de Cotia tratando uma pneumonia

Morreu neste domingo, 5, às 7h25, no Hospital Regional de Cotia, o cantor Nelson Ned. Ele estava internado desde sábado e foi vítima de complicações de uma pneumonia. A saúde do músico estava debilitada desde 2003, quando ele sofreu um AVC, que causou a perda da visão de um olho, e o deixou em uma cadeira de rodas.

A cremação estava prevista para ontem, às 21 horas, no Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, mesmo local do velório.

Sempre privilegiando o repertório ultrarromântico, Nelson Ned, mineiro de Ubá, filho de uma professora e de um fazendeiro, começou sua carreira muito jovem, nos anos 1960, cantando no rádio canções talhadas a seu vozeirão, como Eu Sonhei Que Tu Estavas Tão Linda (Lamartine Babo/Francisco Mattoso).
ESTADÃO

O auge do sucesso – não só no Brasil, mas em países da América Latina (México, Argentina, Colômbia), onde fez longas turnês e alcançou grande popularidade, da Europa e da África e nos Estados Unidos – foi nos anos 70 e 80, em que o gênero brega estava em alta.

Gravou 32 discos em português e em espanhol e vendeu mais de 45 milhões de cópias de LPs e fitas, numa época em que a pirataria ainda não ameaçava a indústria fonográfica. Toda a discografia foi lançada em CD. Cantou no Carnegie Hall por quatro vezes e no Madison Square Garden, ambos palcos de grande prestígio de Nova York. Dividiu microfones com ídolos mundiais, como o norte-americano Tony Bennet e o espanhol Julio Iglesias.

No Brasil, lotou estádios e teatros e foi presença frequente em programas populares de auditório, em especial os de Chacrinha, Silvio Santos e Raul Gil. Participou de festivais da canção e teve composições gravados por seus pares, como Moacyr Franco, Antônio Marcos e Agnaldo Timóteo.

 

O maior sucesso em sua voz foi Tudo Passará, composição própria que gravou em 1969. Depois dos anos 1990 passou a gravar louvores evangélicos, em português e também em espanhol e inglês, por conta de sua conversão religiosa. A música gospel lhe deu discos de ouro que não recebia desde a década de 1980.

Em 1996, lançou, com o autor Jefferson Magno Costa, a biografia O Pequeno Gigante da Canção, depois traduzida para o espanhol. Ned não tinha problemas em falar sobre seu nanismo – tinha 1,12 metro –, assim como a dependência de álcool e de cocaína, a depressão que enfrentou ao longo da trajetória artística e o fato de ser considerado um dos ícones do brega.


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