Por Edieno Freire
O amor estava passeando pelo jardim e apreciando a beleza da natureza, quando inesperadamente no outro lado da rua passava apressadamente o ódio. O amor suavemente perguntou-lhe? Porque corre tanto? Não tenha pressa, o importante é chegar ao lugar desejado.
O ódio já irritado respondeu. Não é da sua conta, e não vou a lugar algum. Estou correndo para impedir que alguém chegue ao seu destino, sabia que por onde passo espalho a intriga e ainda carrego comigo como companheira a morte com sua foice e seu manto preto? E você não vê que estou pesado?
Porque mim atrapalha? O amor calmamente respondeu: eu posso aliviar seu peso. Em que posso ajuda-lo e o que carrega em sua bagagem? Já muito estressado ele respondeu;
Uma faca para cortar sua língua, uma foice para cortar seu pescoço, mas nem quero sujar minhas mãos. Deixo todo trabalho com minha companheira de manto preto.
O amor então respondeu; Porque tanta violência? Mau algum fiz a te. Porque mim condenas a morte? E por acaso não sabe que sou imortal? O ódio já soltando fogo pelas ventas respondeu:
E por isso que vive entre flores? Eu ao contrário de te gosto mesmo é de espinhos para alfinetar os romances, as alegrias, e esquentar a panela da discórdia, E atendo a qualquer chamado em qualquer hora da noite ou do dia.
O amor respondeu: A tua ira te sufoca, jogue fora teu veneno, tua mágoa. Abandone a sombra negra que carregas contigo e todas suas armas; ai sim falaremos de amor e flores.
O ódio então após uma gargalhada de deboche disse ironicamente: Deixe tuas flores para cobrir teus protegidos na hora final porque até que o tempo dure serei o teu rival e derramarei muito sangue e muitas lágrimas.
O amor em sua sabedoria respondeu: Pois enquanto eu existir, serei advogado dos inocentes, juiz dos oprimidos. E pai dos filhos perdidos basta simplesmente atender meu chamado.
Edieno Freire, é servidor público em Barra do Choça.