Blog do Jorge Amorim

FESTA DO SENHOR DO BONFIM: Noite de emoção e homenagens marcam a terceira noite da Festa do Padroeiro

Terceira noite celebrada pelos Padres Edilberto Amorim, Mozart, Gerson e Alexandre
Foi realizada ontem, 15 de janeiro, a Terceira noite do novenário em preparação às Festas do Senhor do Bonfim, este ano tem como tema: Jesus de Deus, que alimenta e sustenta vida e a missão da Igreja. Esta noite foi celebrada pelos Padres  Edilberto Amorim, Mozart Gerson e pelo pároco da cidade Alessandro Márcio. 
Tema da noite, Vinde e vede. É Jesus palavra do Pai encarnada.
O tema refletido pela celebrante foi “Que procurais? Vinde e vede. É Jesus Palavra do Pai encarnada”, os responsáveis pela noite foram: Vida Reluz, Cúria Juvenil, MEJ, vicentinos, Jovens e jovens da Zona Rural.

Nesta NOITE ESPECIAL, a Família Amorim, encabeçada pelo Padre Edilberto, e pelo vereador Jorge Amorim, prestaram uma linda homenagem a IRMÃ ARISTÉA AMORIM, uma pessoa que há 69 anos atrás afastou-se da família e dos amigos, para dedicar a um sonho, SERVIR AO SENHOR.

Jorge Amorim apresenta um histórico da Vida da Irmã Aristéa

Na oportunidade, Jorge Amorim apresentou um breve histórico da vida da Freira que completa no próximo dia 02 de fevereiro, 90 ANOS. Além da entrega de uma placa, em agradecimento pela carinho e dedicação que a Irmã Aristéa tem com o povo de Barra do choça, e em especial a Família Amorim, o Padre Edilberto chamou ao altar a Família Amorim e os residentes, diretores da Fazenda Cotefave. A Irmã Aristéa foi a doadora da área de terra onde hoje está situada a Comunidade Terapêutica Vida e Esperança – COTEFAVE.

Guiomar e Dário Amorim, ex-alunos da Irmã Aristéa entregam placa em agradecimento
Diretores e residentes da COTEFAVE, entregam homenagem a irmã Aristéa

Conheça um pouco da história da Irmã Aristéa Alves de Amorim.

Aristéa Alves de Amorim, (do grego Aquela que busca só o bem) nasceu em 02 de fevereiro de 1922 na Fazenda Coqueiros em Barra do Choça, é filha de Clínio Alves de Amorim e de Dona Rosentina de Araújo Melo, é irmã de Aclínio, Américo e Ansíla Amorim.

Em 1936, Tia Aristéa, deixa sua família e vai à cidade de Salvador estudar onde permaneceu por três anos. Após concluir parte dos seus estudos, retorna a Barra do Choça, e passa a dar aula para os filhos de alguns moradores, dentre eles destacam-se: Deraldo, Guiomar, Dário Amorim, José e Manoel de Brasilino, dentre outros.

Em 1939, a irmã Aristéa Amorim, assume temporariamente a função de professora, tornando a terceira professora de Barra do Choça, sendo a primeira Dona Santinha, filha do saudoso Doutor Crescêncio Silveira,  e a segunda a Professora Maria de Lourdes, a qual após uma desilusão amorosa, suicidou-se, deixando o município sem professora. Neste contexto, a irmã Aristéa surge no município, não para substituí-la, mas pela ausência da profissional e por estar habilitada a lecionar, a jovem com apenas dezessete anos inicia a sua carreira de professora, atuando no município por alguns anos.

O retorno à Barra do Choça

A irmã Maria da Visitação como era conhecida a Irmã Aristéa, permaneceu enclausurada por 40 anos no Convento na capital Baiana, ali ela pertencia a União Romana da Ordem de Santa Úrsula, após 1962, com o Concílio Vaticano II, o qual retirou-se a clausura, permitindo a abertura da Igreja, pois, segundo Papa João XXIII, “Era necessário abrir as janelas da Igreja, para que fosse ventilado, e que entrasse novos ares.” Com esta determinação do Vaticano, a irmã Aristéa, retorna a sua cidade natal e se assusta com a pobreza e o sofrimento dos seus conterrâneos. As famílias muito fracas, passavam por dificuldades, pois não haviam oportunidades, não havia empregos e muito menos educação. Ao se deparar com esta triste realidade, a Irmã Aristéa, pôs-se em oração e pediu a Deus, que a sua cidadezinha crescesse intelectualmente, moralmente e economicamente e que prosperasse, pois o povo que nela habitava eram bons e valentes lutadores.

Após dois anos, a Irmã Aristéa,retorna a Barra do Choça, e uma grande surpresa surge, a cidadezinha com uma outra cara e com uma  nova perspectiva, surgia ali, o início da cultura cafeeira em Barra do Choça. Com a Política de incentivo do Governo Federal e Estadual, os pequenos produtores, além de incentivos em recursos financeiros, alguns adquiriram lotes de terras, para cultivar o café. O resultado foi tão positivo, que alguns moradores do município, antes mesmo do prazo estipulado pelo Governo, já queriam pagaros seus financiamentos. Explica-se, tal atitude, o não costume de dever, principalmente aos bancos.

A Partida
No dia 16 de janeiro de 1943, com mais ou menos20 anos de idade, Aristéa Amorim, com pesar, pois era grande o apego a sua família, sob o pretexto de fazer um tratamento dentário em Vitória da Conquista, afastou-se de sua família para dedicar a sua vocação religiosa num convento em Salvador. Ao todo foram quatro dias de viagem, de Barra do Choça a Conquista, num lombo de um cavalo de propriedade de Barreto e conduzido pelo primo Manoel Amorim. De Conquista a Jequié, viajou na bolé de um caminhão, já de Jequié a Nazaré das Farinhas o meio de transporte foi o trem, e finalmente, de Nazaré das Farinhas a Salvador, o percurso foi concluído a navio. Apesar dastentativas da família, especificamente de seu pai o senhor Clínio Alves de Amorim, de mudar o pensamento daquela jovem de ingressar no convento, argumentava ele, usando um versículo bíblico “Desejo misericórdia, e não sacrifícios”, (Os. 6:6), mas, a religiosa manteve-se firme no seu propósito e graças a sua persistência, ao pai ao perceber a sua devoção e desejo de seguir a sua vocação religiosa, e por ser menor de idade, o seu pai acabou concedendo a autorização para que a irmã ingressasse na vida religiosa e realizasse o seu grande sonho.

A motivação:
Com a morte de sua mãe, ainda criança, Aristéa passa a morar parte com a sua avo Madalena e com a sua tia Ilda, quem exerceu forte influência em sua Educação Religiosa. A Irmã Aristéa conta, que uma parábola marcou a sua vida, e lhe trouxe a reflexão, “A parábola da filha do Rei infiel”, nela, uma menina, interessa pelo menino, e após algum tempo depois de moça e rapaz, vão ao mosteiro para celebrar o seu casamento. Ao entrar, o rapaz não retorna, e a moça espera por muitas e muitas horas, até que alguém vem a ela com a informação de que não havia ninguém a espera dela. A informação, traz lhe uma dúvida se de fato, aquele rapaz existiu, a parábola, insinua, que ele seria a JESUS CRISTO. Moral da história, a moça percebe que aquele era um chamado para a sua vocação religiosa. Esta mensagem ficou com a irmã Aristéa por muito tempo, até que resolve a contra gosto de sua família dedicar avida religiosa.

Irmã Aristéa e COTEFAVE:
No ano 2000, numa das costumeiras visitas a Barra do Choça, a Freira encontra casualmente com o Padre Edilberto Amorim, e numa conversa informal sobre questões diversas, um aspecto chamou-lhe a atenção, Uso de Drogas, já profetizando o Tema da Campanha da Fraternidade de 2002 “VIDA SIM, DROGAS NÃO.”, o Padre Edilberto, por sua vez antecipou a irmã, o seu interesse em desenvolver no município, um trabalho social de recuperação de pessoas usuárias de álcool e substancias psicoativas, para tanto necessitava de um espaço que pudesse implantar este projeto. Ao tomar conhecimento do desejo do padre, a irmã Aristéa, faz a doação de uma área de terra que herdara do seu pai no passado.
Graças a esta ação generosa da irmã Aristéa em Barra do Choça, se concretiza uma instituição que tem a missão de acolher, adolescentes, jovens e adultos, para recuperação da drogadição   que tem a sua inclusão na sociedade. A cotefave é hoje a primeira do norte nordeste, a nona no Brasil, e a vigésima quinta a nível mundial, em acolhimento, tratamento e reinserção social e familiar. Como benção de Deus.


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